A Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) revelou esta quarta-feira os preços para o mercado regulado, aprovados em atualização trimestral e um novo agravamento, a aplicar três meses depois.
Em comunicado, a ERSE explica que no próximo mês o aumento é de dois euros por megawatt hora (MWh). Esta subida vai abranger cerca de 200 mil famílias que ainda têm tarifa regulada, que comparam com os 1,2 milhões de consumidores de gás natural em Portugal.
Em percentagem, esta revisão trimestral representa um agravamento de 3,3% face aos preços em vigor. Contas feitas, são mais 33 cêntimos por mês, na fatura média de um cliente de menor consumo, como um casal sem filhos, ou 70 cêntimos para maiores consumos, como um casal com filhos.
Actualização anual
Três meses depois, chega a atualização anual das tarifas do gás natural, que vai vigorar até setembro de 2023.
É, mais uma vez, para os clientes do mercado regulado, mas é também indicativo para quem está no mercado liberalizado, porque já inclui despesas pagas pelos fornecedores e repercutidas, depois, na fatura de todos os clientes, como as tarifas de acesso.
No mercado regulado, as tarifas voltam a subir em outubro mais 3,9%, o que representa 48 cêntimos por mês, para consumos menores e 87 cêntimos mensais para consumos maiores.
Em comparação com os 12 meses anteriores, a partir de outubro, as tarifas reguladas de gás natural ficam 8,2% acima do preço médio.
A ERSE justifica estas decisões com o “contexto de forte incerteza, marcada pela escassez de oferta face à procura de matérias primas e energia devido à situação pandémica de Covid-19 e à guerra na Ucrânia”.
Esta conjuntura afetou os preços da energia nos mercados grossistas, “aumentando os receios de um cenário de menor crescimento económico e de maior inflação”, o que acaba por ter um impacto significativo no consumo e no preço do gás, segundo o regulador.
A boa notícia, é que o aprovisionamento de energia para o mercado regulado é assegurado por “contratos de longo prazo, em regime de ‘take or pay’ com a Nigéria”, o que mitiga o impacto no preço de venda a clientes finais do mercado regulado.