A VI convenção da Iniciativa Liberal, que pela primeira decorre em dois dois dias, começa esta sábado, em Lisboa. Vai reeleger João Cotrim de Figueiredo, que não tem oposição interna, e eleger a nova direção do partido.
Com as eleições legislativas antecipadas a 30 de janeiro, esta reunião magna não vai aprovar listas de candidatos a deputados, nem o programa eleitoral. Essa tarefa fica para mais tarde, para o conselho nacional. Mas o líder do partido define critérios de escolha para os candidatos que vão estar em lugares elegíveis. Têm de ter capacidade política, técnica e, em terceiro lugar, capacidade oratória.
A moção de estratégia do líder define já os objetivos: conseguir 4,5 % dos votos a nível nacional e eleger pelo menos cinco deputados “nos distritos de Lisboa e Porto e com possibilidades em Braga, Setúbal e Aveiro”.
João Cotrim de Figueiredo considera ainda que a IL pode “ser a chave de uma solução de Governo alternativa à do Partido Socialista através da integração de um Governo de coligação com forças políticas não-socialistas e não-populistas, ou da “viabilização parlamentar de um Governo não-socialista, mediante acordo escrito que preveja a adoção, durante a legislatura, de um conjunto de reformas e medidas liberais”, lê-se na moção de estratégia.
A convenção vai ainda eleger, no domingo, a comissão executiva e há novidades: Paulo Carmona, um dos fundadores do Movimento Europa e Liberdade (MEL); Miguel Pina e Cunha, professor catedrático; a advogada Ana Pedrosa-Augusto e Rodrigo Saraiva, assessor do partido.
Adotar um discurso social e assumir responsabilidades governativas
A convenção da Iniciativa Liberal vai discutir 16 moções setoriais e há para todos os gostos. Uma delas defende a introdução da “dimensão social no discurso liberal”.
No texto diz-se mesmo que o “o partido deve passar a ter uma proposta focada na dimensão social, a ser incluída já na campanha e programa para as próximas eleições, para tentar alargar a base de eleitores, de modo a chegar àqueles que nos veem como indiferentes às questões sociais, passando a ter uma Bandeira Social, fiel às suas posições ideológicas, mas com forte afirmação política”, lê-se na moção setorial.
Mas há outras ideias. Um dos fundadores do partido quer que a Iniciativa Liberal deixe de lado o discurso “anti” porque fica na posição de um partido de protesto. “Este capital de protesto, prejudica o crescimento da IL: por um lado, porque é identificado com extremismos, gerando medo; por outro, porque nos afasta de soluções governativas”, refere na moção que aproveita a ideia do manifesto anti-Dantas de Almada Negreiros.
Um dos membros da Iniciativa liberal quer ainda rever a Constituição, no artigo sobre a eleição do Presidente da República. Em vez de portugueses de origem, deve ficar apenas portugueses, alegando que esta referência não existe para mais nenhum cargo político.