O índice PSI da bolsa portuguesa fechou a sessão desta quarta-feira a cair 2,77%, devido às ondas de choque da situação no Credit Suisse.
As ações transacionadas na bolsa portuguesa desvalorizaram 1,4 mil milhões de euros num dia.
O índice PSI caiu para o valor mais baixo do ano (5.812,87 pontos), com as ações do BCP e da Galp a liderarem as perdas, com quedas de 9% e 7%, respetivamente.
Os efeitos das notícias sobre o Credit Suisse atingiram as principais bolsas europeias. O Ibex de Madrid registou esta quarta-feira uma perda de 4,23%, Frankfurt caiu 3,27% e a bolsa de Paris 3,58%.
O Credit Suisse, que já estava a tentar recuperar de uma série de escândalos que vieram minar a confiança de investidores e clientes, viu as suas ações caírem 17% a meio da tarde, depois de terem chegado a registar uma queda recorde de 30%, gerando quedas em bolsa para uma série de outros bancos europeus.
Num sinal de que os reguladores estão atentos à situação, fontes confirmaram à Reuters a notícia do Wall Street Journal a dar conta de que o Banco Central Europeu (BCE) está já a contactar os credores que supervisiona para apurar até que ponto estão expostos financeiramente ao Credit Suisse.
Por sua vez, Ulrich Koernet, CEO do Credit Suisse, tentou acalmar o nervosismo dos mercados dando garantias de que a liquidez do banco continua forte e bem acima das exigências dos reguladores. Até ao momento, o Banco Central da Suíça recusou-se a comentar a queda do Credit Suisse em bolsa.
O primeiro-ministro, António Costa, afastou esta quarta-feira riscos de contágio a Portugal de uma crise bancária, salientando que nenhum banco nacional está sob procedimento.
"No caso concreto de Portugal, há poucas semanas a Comissão Europeia encerrou o último procedimento que havia [Novo Banco] relativamente a um banco que tinham sido objeto de resolução e que agora concluiu o seu processo de reestruturação, encontrando-se em boas condições", declarou António Costa no final da 34ª Cimeira Luso-Espanhola, em Lazarote.