Pedro Proença, presidente da Liga de Clubes, admite que "não são boas notícias" a detenção de Luís Filipe Vieira, presidente do Benfica.
À margem da cerimónia do sorteio do calendário para a próxima época, Proença não se alongou e pediu que a justiça seja "rápida".
"É óbvio que não conhecendo, não me vou pronunciar. É evidente que não são notícias boas, não abona em favor do futebol. Mas é o tempo da justiça funcionar. Pedimos nesses casos que a justiça seja célere, que tire as suas conclusões, porque pior do que uma decisão é não haver decisão", começou por dizer.
Proença diz que o Benfica é "uma marca forte" e a Liga precisa que todos os clubes estejam fortes.
"O Benfica é uma marca forte e grande. O futebol profissional precisa de um Benfica forte, tal como precisa de um Sporting, FC Porto ou Sporting de Braga fortes ou todos os outros emblemas. Queremos que todas as decisões sejam rápidas e que seja inocentado quem deve", disse.
Luís Filipe Vieira foi detido, na quarta-feira, após buscas, por suspeitas de crimes de abuso de confiança, burla qualificada, falsificação, fraude fiscal e branqueamento de capitais. Esta quinta-feira, o presidente do Benfica deverá ser presente a primeiro interrogatório judicial e conhecer as medidas de coação aplicadas. Caso estas impeçam Vieira de exercer funções, Rui Costa suprirá a sua ausência como presidente do Benfica.
A deteção de Luís Filipe Vieira causou grande burburinho dentro e fora do Benfica. O valor das ações da SAD caiu em cerca de 5,5%.
Em declarações a Bola Branca, João Braz Frade, porta-voz do movimento “Benfica Bem Maior” e antigo vice-presidente do Benfica, não tem dúvidas de que a situação “afeta gravemente a imagem” do clube.
João Noronha Lopes, candidato vencido nas últimas eleições, assumiu, em declarações à CMTV, estar "muito preocupado" com o Benfica.
O também antigo candidato Bruno Costa Carvalho foi mais longe, em entrevista à Renascença, e pediu eleições antecipadas, por considerar que Luís Filipe Vieira deixou de ter condições para liderar o Benfica.
As reações à detenção do presidente do Benfica estendem-se ao universo político. PS diz que é "tempo de a justiça atuar". O Chega pede rapidez, eficácia e transparência. O CDS-PP considera "saudável" que o trabalho dos deputados possa ser aproveitado pela justiça. PAN fala de "sinal positivo de que não há cidadãos intocáveis para a justiça".