O presidente da Câmara Municipal de Coimbra anunciou hoje a intenção da autarquia comprar, por 170 mil euros, as duas salas de cinema do Edifício Avenida, que estavam em leilão na sequência de um processo de insolvência.
Em nota de imprensa enviada à agência Lusa, a Câmara Municipal justifica a aquisição "face ao interesse público do espaço e a excelente centralidade e acessibilidade" das salas de cinema, localizadas na avenida Sá da Bandeira, no centro da cidade.
O anúncio foi esta tarde feito pelo presidente da Câmara, José Manuel Silva, numa visita à Casa do Cinema de Coimbra, que funciona no piso 0 do Edifício Avenida, na presença de responsáveis das três entidades que dinamizam o espaço (Centro de Estudos Cinematográficos da Associação Académica de Coimbra, Caminhos do Cinema Português - Associação de Artes Cinematográficas e Fila K Cineclube).
Segundo a nota, a decisão "que vai ser levada a conhecimento na próxima reunião de Câmara, surge na sequência do processo de leilão que decorria online, na sequência da insolvência dos cinemas Millennium" e de uma negociação com o proprietário dos espaços.
A autarquia recorda que, no final de março, a Casa do Cinema de Coimbra "anunciou publicamente que estava em risco de fechar".
O comunicado adianta que o objetivo da autarquia de Coimbra "é assegurar a continuidade da dinamização de atividades sócio-cinéfilo-culturais já existentes naquele edifício histórico", nomeadamente as dinamizadas pela Casa do Cinema de Coimbra, "o que eventualmente poderia ser colocado em causa com uma transação do imóvel para investidores privados".
O investimento envolve a aquisição de uma sala de cinema, localizada no piso 0 e uma cabine de projeção no piso 1, para além de outros espaços, por 110 mil euros.
Já no piso 7 do Edifício Avenida serão adquiridos, por 60 mil euros, um auditório, uma sala de cinema, um átrio e uma cabine de projeções.
"Recuperar e manter uma oferta pública e erudita de Cinema em Coimbra, permitindo a reabilitação do conceito de cinema de bairro e de tertúlia cinéfila, que ainda existe na região de Coimbra, é um desiderato importante considerando vários vetores das políticas culturais municipais e nacionais e da preservação de património cultural", referiu José Manuel Silva, citado na nota e na proposta que enviou para a Divisão de Património da Câmara Municipal.