Veja também:
- Os últimos números da pandemia em Portugal e no mundo
- Todas as notícias sobre a pandemia de Covid-19
- Guias e explicadores: as suas dúvidas esclarecidas
- Boletins Covid-19: gráficos, balanços e outros números
A I Liga regressa a 4 de junho, quase três meses depois da paragem, sem público nas bancadas e com número de estádios reduzido. São vários os condicionalismos que significam que também o futebol terá um "novo nornal".
Entre confinamento obrigatório, testes antes dos jogos e limitação do número de pessoas dentro do estádio, o Código de Conduta, desenhado pela Direção-Geral da Saúde (DGS), em associação com a Federação Portuguesa de Futebol (FPF), define como será o regresso do futebol em Portugal.
Outras medidas foram definidas, mais tarde, pelos médicos das sociedades desportivoas participantes na I Liga e na II Liga, em articulação com diversos especialistas de várias áreas da saúde, a Associação Nacional de Médicos de Futebol, os consultores da Liga Portugal e especialistas da FPF.
- Jogos à porta fechada até ao final da temporada. No exterior e imediações dos estádios, a circulação de pessoas deve ser limitada e condicionada, não estando autorizada a concentração de pessoas em número superior a 10. As forças e serviços de segurança devem promover a dispersão de concentração de pessoas, quer no perímetro dos estádios, quer junto a hotéis, centros de treino, e via pública.
- Máximo de 185 pessoas nos estádios durante os jogos. Ao relvado e às áreas com acesso ao terreno de jogo poderão aceder até 125 pessoas: na zona técnica, um máximo de até 85 pessoas; antes, ao intervalo e depois da partida, até 15 pessoas terão acesso ao relvado; a zona externa ao relvado estará reservada a um máximo de 25 pessoas; as outras áreas sem acesso ao relvado terão lotação máxima de 60 pessoas.
- Nos dias dos jogos, a zona técnica deve estar “completamente delimitada e com controlo de acessos”. O acesso deverá ter um espaço para "monitorização da temperatura corporal" e espaços de circulação divididos com fitas que "permita a circulação de pessoas em sentidos opostos".
- Os clubes são responsáveis pela higienização de todos os espaços, "podendo ser centralizada a garantia de empresa de limpeza e desinfeção".
- Deve ser utilizado o menor número possível de estádios.
- Atletas, equipas técnicas e árbitros devem manter-se em recolhimento domiciliário desde a data do início da retoma dos treinos para as competições oficiais até ao final da temporada.
- É exigido o cumprimento de medidas rigorosas de distanciamento físico (dois metros), higiene das mãos, etiqueta respiratória e utilização de máscara em espaços fechados. Só são permitidos contactos sociais com coabitantes e "staff" do clube estritamente necessário para a prática desportiva.
- Os jogadores irão efetuar um teste à Covid-19 24 horas antes de cada jogo. Farão um teste suplementar sempre que o intervalo entre os jogos seja superior a cinco dias.
- A identificação de um caso positivo não torna, por si só, o isolamento coletivo das equipas obrigatório. Essa decisão será tomada pela Autoridade de Saúde territorialmente competente, após articulação e decisão concertada entre as Autoridades de Saúde Regionais e a Autoridade de Saúde Nacional, em função da avaliação de risco.
- Os departamentos médicos dos clubes devem garantir uma avaliação clínica e respetivos registos diários, de forma a identificar precocemente qualquer sintoma sugestivo de Covid-19.
- Qualquer pessoa que durante a temporada desenvolva sintomas sugestivos da doença deve ser isolada e testada.
- As deslocações devem limitar-se ao trajeto domicílio-clube/competição-domicílio.
- As deslocações de e para os estádios devem realizar-se em meios de transporte de utilização exclusiva pelas equipas e demais intervenientes.
- Se houver um número elevado de casos positivos nos clubes em simultâneo, a DGS poderá reavaliar o regresso da I Liga.
Requisitos e classificação dos estádios
A reunião entre Liga e clubes para determinar que estádios vão receber os jogos que faltam do campeonato estava prevista para esta terça-feira, mas foi adiada para as 18h00 de quinta-feira.
Esta terça-feira, há novas visitas aos estádios de nível 2 e 3 já vistoriados na última semana, bem como a recintos de nível 1. Visitas essas que são realizadas pelas Administrações Regionais de Saúde.
No Código de Conduta, a DGS especifica que os estádios selecionados devem ser aprovados pela Autoridade de Saúde Regional. Devem ter as condições que permitam a implementação de medidas de prevenção e controlo de infeção de forma sustentada, nomeadamente condições sanitárias nos balneários e ginásios, limpeza e desinfeção, circuitos definidos de pessoas, áreas delimitadas no interior dos estádios (relvado, bancada, etc.) para diferentes categorias profissionais, disponibilização de equipamentos e produtos de desinfeção, em todos estes circuitos.
- A tabela de classificação dos estádios - Anexo IV do Regulamento de Competições - prevê preenchimento de condições de múltiplas naturezas, desde questões relacionados licenças, seguros, medidas do terreno de jogo, distância entre área técnica e bancadas, infraestruturas de apoio, iluminação, sinalização, lotação, vias de acesso, estacionamento, entre outros.
- Os estádios recebem o respetivo certificado de nível 1, 2 ou 3. Só os estádios de nível 1, a categoria mais alta, respondem às condições do protocolo sanitário da DGS e, por conseguinte, estão preparados para ser utilizados nas últimas 10 jornadas da I Liga. Os restantes terão de ser vistoriados para determinar se, após melhorias, podem ser utilizados.
- Relatórios detalhados sobre os estádios de nível 2 e 3 de Paços de Ferreira, Desportivo das Aves, Rio Ave, Tondela, Portimonense e Vitória de Setúbal foram remetidos à DGS no passado domingo. Estes são os únicos estádios de nível 2 e 3 candidatos a receber jogos na retoma do campeonato.
- Alguns clubes já confirmaram que vão mudar de "casa" - Belenenses SAD e Santa Clara vão jogar na Cidade do Futebol, o Famalicão jogará no Estádio Cidade de Barcelos, o Moreirense vai mudar-se para o D. Afonso Henriques -, outros já sabem que poderão jogar em casa, como o Marítimo.
- FC Porto, Benfica, Braga, Sporting, Vitória de Guimarães, Gil Vicente, Boavista e Marítimo são clubes que deverão ter condições para receber os jogos nos seus estádios.
[notícia atualizada a 27 de maio, com a indicação de que os jogadores farão um teste 24 horas antes de cada jogo e que serão submetidos a teste suplementar sempre que o intervalo entre jogos seja superior e cinco dias]