O ministro do Ambiente e da Transição Energética, Duarte Cordeiro, garante que "não vai haver nenhum aumento de 40% no mês de agosto”.
A declaração surge na sequência das afirmações do presidente da Endesa, Nuno Ribeiro da Silva, que, em entrevista ao Negócios e Antena 1, afirmou que a fatura da eletricidade iria aumentar em 40% já no próximo mês.
“A própria Endesa se veio desmentir hoje e dizer que não terá aumentos nos clientes residenciais até ao final do ano”, disse o ministro, esta segunda-feira, em entrevista ao Jornal da Noite, da TVI.
Duarte Cordeiro acrescentou que também a EDP Comercial anunciou que não terá subida de preços.
O governante afirmou ainda que no mercado regulado “não só não vamos ter aumentos, como tivemos uma redução de 2,6%”.
Os clientes que têm de ir ao mercado, segundo Duarte Cordeiro, são uma minoria, e “esses sabem que no contexto de preços atual ainda assim devem comparar os preços entre os diversos comercializadores, e se necessário podem migrar para a tarifa regulada”.
Em relação ao Mecanismo Ibérico, que Ribeiro da Silva da Endesa usou para justificar o aumento do preço da energia, segundo o ministro “permite reduzir o preço face aquilo que seria se não houvesse o mecanismo, uma redução e cerca de 18%”.
O valor, segundo Duarte Cordeiro, foi confirmada pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos.
Por isso, Duarte Cordeiro afirma que Portugal está nesta área mais protegida do que a maior parte dos países, a grande generalidade dos consumidores não vai ter aumento, e a maioria dos clientes vai ter redução porque está no mercado regulado.
Duarte Cordeiro acrescentou ainda que os preços de eletricidade estão abaixo dos praticados em Itália e em Espanha, e menor do que a média europeia.
Em relação, à diminuição de consumo de gás imposto pela União Europeia, Duarte Cordeiro afiança que Portugal já reduziu o consumo em 22% desde o inicio do ano, apenas pelo aumento do preço.
Segundo Nuno Ribeiro da Silva, em entrevista à Antena 1 e ao Jornal de Negócios, o mecanismo aplicado a Portugal e Espanha que permite um desconto nos preços do gás natural, e que é utilizado para produção de eletricidade, estaria na origem do aumento dos preços. O problema é que a diferença seria paga pelos consumidores.
O presidente da Endesa diz que a “desagradável surpresa” deve aplicar-se a todos os novos contratos e àqueles que cumpram um ano. Garante ainda que esta subida não é responsabilidade das elétricas, mas uma consequência do "travão ibérico" acordado com Bruxelas na sequência da escalada dos preços por causa da guerra na Ucrânia.