O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, insiste que o caso de Tancos “não se pode esquecer nem se pode minimizar”, afirmando-se "o chato do costume" que não desiste de reclamar a necessidade de apuramento dos factos.
Em declarações aos jornalistas, esta sexta-feira, em Coimbra, Marcelo disse ter regressado ao tema do furto de armamento nos paióis de Tancos, em junho de 2017, após o seu reaparecimento, cerca de três meses depois, porque não minimizou o caso após esse momento, ao contrário de outros, que não nomeou.
"Eu fui o chato do costume, por uma razão muito simples: porque eu sou comandante supremo das Forças Armadas e Presidente da República e ali não era apenas o cidadão Marcelo Rebelo de Sousa. É alguém que é responsável e que acha que não se pode esquecer nem se pode minimizar [o sucedido em Tancos]", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.
"Porque houve quem minimizasse quando foram descobertas as armas e dissesse: 'bom, está tudo bem, pois se elas foram e vieram, olha, ainda bem, ainda ganhámos mais uma caixa'. Devo dizer que nunca partilhei essa visão porque achei que era tão grave que o apuramento de responsabilidades não podia ser tratado com leveza", argumentou o chefe de Estado.
O Presidente da República justificou, assim, a necessidade de apuramento dos factos, tanto quanto ao furto como em relação à recuperação do material militar.
"Portanto, insisti, insisti, insisti e insisto", enfatizou o chefe de Estado, pedindo celeridade à investigação: "Aquilo que eu espero é não ter de passar mais um ano ou ano e meio a insistir, e qualquer dia até ao final do meu mandato", desabafou.
Marcelo Rebelo de Sousa reiterou ainda que é necessário deixar o Ministério Público e a investigação criminal "apurar exatamente nos vários momentos quem fez, quem não fez mas soube, quem não fez, soube e encobriu" e "como foi" que o furto das armas ocorreu, alegando que o país "precisa de virar a página" de Tancos.
"Não sem antes responsabilizar quem esteve envolvido", reforçou.