Produzir morangos de elevada qualidade, de forma eficiente, numa zona de enorme potencial agrícola em pleno coração do regadio de Alqueva é o desafio da Paxberry, localizada na freguesia de Quintos, no concelho de Beja.
Um projeto inovador que o secretário-geral do PS visitou esta quarta-feira e considerou como “um excelente exemplo”, no decorrer da visita que efetuou no âmbito da campanha eleitoral.
“Um excelente exemplo de como é possível em Portugal, passarmos a produzir frutos quentes que não produzíamos e compensar, de uma vez por todas, esse défice alimentar que nós tínhamos”, afirmou António Costa.
“Felizmente, nas ultimas décadas, temos crescido muito significativamente na nossa produção agrícola, temos e podemos continuar a fazê-lo, desde que o façamos bem, de um modo sustentável”, argumentou o líder socialista.
A Paxberry vai na sua sétima campanha, sendo um projeto que se carateriza por uma aposta contínua nas mais avançadas técnicas de produção, promovendo ao máximo a eficiência energética e de recursos, com o objetivo de ter a melhor qualidade e a máxima produção nos ciclos de maior procura de mercado.
Não sendo uma cultura biológica, tem um nível de reutilização de água de 100% e é uma produção orientada para a preservação da natureza por não representar desgaste dos solos e poluição dos lençóis freáticos.
Quisemos tentar fazer aqui uma coisa diferente, atendendo às condições que nós tínhamos como a água de Alqueva, o clima e toda a envolvente”, diz à Renascença, Hugo Pereira, um dos sócios da empresa.
“Foi uma aposta ganha, plantamos em setembro e começamos logo a produzir em princípio de novembro”, adianta este responsável pela produção que ronda as 200 a 250 toneladas por ano e que tem como destino apenas o mercado nacional.
Hugo Pereira foi o guia de António Costa, convidado a provar um morango da estufa. “Muito bom”, disse, levando, depois, um outro para dar a provar à sua mulher Fernanda Tadeu, que o acompanhou a visita ao Baixo Alentejo.
“A água que aqui se utiliza é reciclada e reaproveitada, o que é muito importante, porque impede a contaminação dos solos e permite maior eficiência”, sublinhou o primeiro-ministro que classificou a empresa como “exemplo de produção integrada”.
Esta situação “permite uma estabilidade relativamente à mão-de-obra que trabalha na empresa”, indicou, para logo a seguir recordar que o Governo assinou dois acordos de mobilidade, um com os Estados-membros Comunidade de Países de Língua Portuguesa e outro com a Índia.
“O país precisa de imigração para continuarmos a crescer economicamente e essa é a missão que temos de ter, ser um país mais próximo dos países desenvolvidos da União Europeia”, sendo necessário, para o efeito, “ter bons empresários para investirem, sustentabilidade nos investimentos que fazem e recursos humanos”, sustentou.
À baila veio logo o recente caso dos trabalhadores agrícolas estrangeiros de Odemira, com o secretário-geral do PS a assinalar algumas diferenças.
“Odemira teve uma dimensão de grande concentração de pessoas e um problema de habitação” que é “crucial”, daí ter sido acordado com a Câmara Municipal de Odemira, “o assegurar habitação condigna a todos os que trabalham”, uma vez que existem “recursos financeiros disponíveis para esse efeito”.
Depois de visitar a Paxberry, a comitiva de Costa foi até às Portas de Mértola, na cidade de Beja, que concentra uma boa parte do comércio local.
Sempre com a sua samarra, referiu “comprada em Vinhais (Trás-os-Montes)”, foi distribuindo às várias dezenas de pessoas que o aguardavam, palavras, sorrisos, abraços, apertos de mão, um pouco de tudo o que, por estes dias, é pouco aconselhado por causa da pandemia.
O líder do PS foi ao conhecido Luiz da Rocha, beber um café com o presidente do município, o socialista Paulo Arsénio, e acabou a participar numa arruada que não estava prevista no programa deste dia de campanha eleitoral.
Ao fim da tarde, António Costa deixou a capital do Baixo Alentejo, onde se elegem três deputados, dois dos quais pertencem, desde 2019, ao Partido Socialista.