O procurador-geral dos EUA, Merrick Garland, nomeou na sexta-feira um procurador especial para supervisionar as investigações que recaem sobre o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que esta semana anunciou a sua candidatura nas eleições de 2024.
O escolhido para liderar as investigações é Jack Smith, um especialista em crimes de guerra. Trabalhou como procurador baseado em Haia, no Tribunal Especial para o Kosovo.
"Dados os acontecimentos recentes, incluindo o anúncio da candidatura do ex-presidente às próximas eleições presidenciais e a intenção do atual Presidente concorrer, decidi que é do interesse público nomear um procurador especial", disse Merrick Garland em conferência de imprensa.
O Departamento de Justiça descreveu Smith como um "independente registado", num esforço para neutralizar qualquer ataque de influência política.
Jack Smith destacou, por sua vez, que pretende conduzir as investigações "de forma independente e nas melhores tradições do Departamento de Justiça".
"Irei proceder a um julgamento independente e levarei as investigações adiante de forma rápida e completa para qualquer resultado que os factos e a lei determinem", assegurou Smith, citado num comunicado divulgado pelo Departamento de Justiça.
As investigações recaem sobre a presença de documentos confidenciais na residência do magnata Republicano na Florida, mas este procurador especial irá também supervisionar os principais aspetos de uma investigação separada que envolve a invasão do Capitólio em 6 de janeiro de 2021 e os esforços de Trump para anular os resultados das presidenciais de 2020.
Trump apela aos republicanos para "levantarem-se e lutarem"
Donald Trump considera que a nomeação de um procurador especial, para liderar as investigações sobre si, é "política", enquanto o atual chefe de Estado, Joe Biden, divulgou que não foi envolvido na decisão.
Em declarações à Fox, o magnata Republicano considerou esta nomeação "injusta" e "política".
Para Trump, esta é "a pior politização da justiça" da história norte-americana, adiantando que não participará das investigações.
"É uma vergonha, estão fazendo isto só porque estou a liderar as sondagens", acrescentou o ex-presidente, incentivando também os Republicanos a "levantarem-se e lutarem".
Por outro lado, a porta-voz da Casa Banca, Karine Jean-Pierre, destacou que o atual chefe de Estado norte-americano Joe Biden não foi avisado com antecedência da nomeação de um procurador especial para liderar as investigações que atingem o ex-presidente.
"O Departamento de Justiça toma decisões sobre as suas investigações criminais de forma independente. Não fomos avisados com antecedência", destacou, em declarações aos jornalistas, assegurando que o Presidente norte-americano não esteve "envolvido" na decisão.