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O secretário-geral do PS acusou esta sexta-feira Rui Rio de "fugir como o diabo da cruz" de revelar o seu programa, considerando que, em campanha eleitoral, os responsáveis políticos devem dizer "o que é que se propõem" a fazer.
"O nosso adversário foge como o diabo da cruz de dizer verdadeiramente qual é o seu programa e o que é que efetivamente se propõe fazer, e acha que a campanha eleitoral é simplesmente um conjunto de arruadas, onde num sítio se toca bombo, noutro dia se joga à raspadinha e, pelo caminho, se dá duas graçolas", afirmou António Costa.
O líder socialista falava num comício em Castelo Branco, após a intervenção da cabeça de lista do PS por este círculo local e ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, que lhe entregou um manifesto intitulado "A força do interior", resultante de uma cimeira que juntou os cabeças de lista socialistas pelos círculos da Guarda, Viseu, Castelo Branco e Portalegre.
Sem nunca o nomear diretamente, o secretário-geral continuou com as críticas a Rui Rio, sublinhando que, apesar de a campanha eleitoral ser "obviamente um momento de grande mobilização, de grande alegria", é, "acima de tudo, um momento em que os responsáveis políticos têm o dever de falar cara a cara, olhos nos olhos, com cada uma e com cada um dos cidadãos, e dizer-lhes o que é que se propõem efetivamente a fazer".
"[É o momento] de assumirem os compromissos concretos que têm a assumir, porque é a única forma de depois os cidadãos os poderem julgar e dizerem se cumpriram ou não cumpriram aquilo que prometeram", frisou.
Nesse sentido, o também primeiro-ministro referiu que o PS "se apresenta a estas eleições com um programa eleitoral que todos conhecem, que assume em cada região um compromisso concreto, escrito".
Além disso, Costa referiu também que, além do programa eleitoral, o PS tem também um "Orçamento do Estado pronto para ser aprovado e que só não está em vigor porque todos os outros partidos se conseguiram unir, não para fazer um orçamento melhor, mas para impedir o PS de pôr em vigor um bom Orçamento do Estado".
O líder do PS afirmou assim que, caso a proposta orçamental tivesse sido aprovada na Assembleia da República, já estariam em vigor medidas como o aumento extraordinário das pensões, o desdobramento dos escalões do IRS, o aumento em 200 euros do mínimo de existência ou o fim do pagamento especial por conta para as micro, pequenas e médias empresas.
Em contraponto, António Costa retomou as críticas à direita projetando o que disse que aconteceria "se o próximo Governo não fosse do PS e fosse do PSD", salientando que, apesar de os sociais-democratas procurarem "não dizer ao que vêm", vão-se "descaindo" e "mostrando ao que vêm".
O secretário-geral socialista acusou assim o PSD de ser "contra a subida do salário mínimo nacional", tirando como ilação que, "quem é contra o aumento do salário mínimo nacional, não é seguramente quem vai aumentar o salário médio e fazer um aumento geral de salários para todos os trabalhadores".
Além disso, Costa alegou também que o IRS "não é a prioridade deles", acusando o PSD de só equacionar a redução do imposto a partir de 2025.
"A diferença entre o PS e o PSD é mesmo esta: é que, connosco, o IRS começa a baixar já em 2022. Connosco, o salário mínimo sobe já em 2022 e vai continuar a subir. Connosco, o salário médio vai começar a subir já e continuará a subir. Connosco, os aumentos extraordinários começam já e vão continuar. E connosco todas as pensões, vão continuar a subir daqui e para o futuro. É esta a diferença entre votar no PS e votar no PSD", vincou.