O Papa Francisco pediu este sábado aos católicos da Grécia para evitarem a tentação do triunfalismo e elogiou o facto de serem uma minoria fecunda num país de esmagadora maioria ortodoxa.
Os católicos são apenas cerca de 200 mil em toda a Grécia, compostos na esmagadora maioria por imigrantes, embora haja algumas comunidades historicamente católicas, especialmente em algumas ilhas gregas.
O facto de serem minoria num ambiente por vezes hostil – embora as relações entre católicos e ortodoxos tenham melhorado significativamente nas últimas décadas – não deve assustar os fiéis, disse o Papa.
“Ser uma pequena Igreja torna-nos sinal eloquente do Evangelho, do Deus anunciado por Jesus que escolhe os pequeninos e os pobres, muda a história com os feitos simples dos humildes. A nós, como Igreja, não é pedido o espírito da conquista e da vitória, a magnificência dos grandes números, o esplendor mundano. Tudo isto é perigoso. É a tentação do triunfalismo. A nós, é-nos pedido para aprender com o grão de mostarda, que, apesar de ínfimo, humilde e lentamente cresce.”
Para isto os católicos devem pôr os olhos no exemplo de São Paulo, apóstolo que evangelizou grande parte da Grécia, que muitas vezes teve de trabalhar em ambientes contrários.
“Também nós, em muitos momentos do caminho, talvez sintamos o peso e às vezes a frustração de ser uma pequena comunidade ou uma Igreja com poucas forças, que se move num contexto nem sempre favorável”, disse Francisco.
“Meditai a história de Paulo em Atenas. Estava só, em minoria e com escassa probabilidade de sucesso. Mas não se deixou vencer pelo desânimo, não renunciou à missão, nem se deixou cair na tentação de se lamentar. Eis a atitude do verdadeiro apóstolo: prosseguir com confiança, preferindo mais o incómodo das situações inesperadas que a rotina e a repetição. Paulo tem esta coragem: donde lhe vem? Da confiança em Deus. A sua é a coragem da confiança: confiança na grandeza de Deus, que gosta de atuar na nossa pequenez.”
O encontro do Papa Francisco com a comunidade católica da Grécia marca o último ato público do seu primeiro dia na Grécia. De seguida Francisco tem um encontro à porta fechada com os jesuítas radicados no país.
No domingo o Papa tem um programa intenso, incluindo missa com os católicos da Grécia e uma visita ao campo de refugiados da ilha de Lesbos.