O presidente do Chega anunciou que o seu partido requereu a presença do ministro da Administração Interna no parlamento na sequência do ataque no Centro Ismaili de Lisboa e vai propor um debate sobre política de imigração.
"O Chega já chamou ao parlamento o ministro da Administração Interna, para todas as explicações, o Chega vai agendar um debate com urgência, no parlamento, sobre imigração, segurança e terrorismo", afirmou André Ventura em declarações aos jornalistas na Assembleia da República.
Os requerimentos para audições, se não forem apresentados ao abrigo de um direito potestativo, que dispensa votação, carecem de aprovação por maioria.
O líder do Chega considerou que "há questões que têm de ser feitas" sobre os cidadãos afegãos que chegaram a Portugal e "que controlo foi feito" ou ainda, se a "guerra entre sunitas e xiitas pode ou não estar a ser importada para Portugal".
Ventura considerou que existe um "descontrolo na imigração" e apontou que o Chega alertou "para a necessidade imperiosa de um controlo rigoroso" sobretudo de "cidadãos oriundos de alguns estados falhados, ou estados onde impera a violência".
"Muitas destas pessoas não sabemos quem são, que estatuto ou que historial trazem nem que perigos acarretam pela sua presença", afirmou.
Ventura considerou depois que "há responsabilidades, quer do Presidente da República, quer do Governo", sustentando que "patrocinaram estas receções durante os últimos anos".
André Ventura apelou também às autoridades que esclareçam se este ataque está a ser investigado como um ato terrorista.
"Seja terrorismo ou não seja", prosseguiu, na opinião do Chega "foi esta política de portas abertas, de nenhum controlo" que se traduziu "neste resultado".
Nesta declaração aos jornalistas, André Ventura deixou ainda uma palavra à família das vítimas e à vítima que ficou ferida e manifestou a sua solidariedade para com a comunidade ismaelita.
Duas mulheres foram hoje mortas no Centro Ismaili, em Lisboa, num ataque com uma arma branca por um homem que foi detido e que está hospitalizado após sido baleado pela polícia.
O ataque - cuja motivação é ainda desconhecida - fez mais um ferido, e foi condenado pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e pelo primeiro-ministro, António Costa.
O ministro da Administração Interna indicou que o homem afegão suspeito do ataque, que foi um presumível "ato isolado", é beneficiário do estatuto de proteção internacional e não era alvo de "qualquer sinalização" pelas autoridades.