O Presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmud Abbas, instou hoje à realização de uma conferência internacional de paz para discutir a guerra na Faixa de Gaza e o longo conflito israelo-palestiniano.
O responsável apelou para que se "rejeite a intransigência de Israel" e defendeu que "a atual agressão" na Faixa de Gaza e na Cisjordânia ocupada - onde a violência também aumentou -- "deve cessar imediatamente".
"Devemos empenhar-nos num processo político sério, que respeite a legitimidade internacional e tenha como objetivo pôr fim à ocupação", sublinhou o líder palestiniano.
Instou também à "elaboração de um pacote de garantias para se aplicar o que for acordado num período de tempo específico, para se alcançar uma trégua justa e abrangente que conduza à paz".
"Os palestinianos têm direito à sua liberdade e independência no Estado da Palestina, com Jerusalém como capital", acrescentou.
Mahmud Abbas dirige a Autoridade Palestiniana, com poder em zonas limitadas da Cisjordânia ocupada e sem controlo sobre a Faixa de Gaza -- desde 2007 nas mãos do movimento islamita palestiniano Hamas -, e a sua influência na guerra entre Israel e o Hamas é reduzida.
De facto, quem está a fazer a mediação entre ambas as partes em conflito são o Qatar e o Egito, com o apoio dos Estados Unidos, sem que a Autoridade Palestiniana tenha uma palavra a dizer.
O Fatah, partido secular que domina o organismo e a que Abbas preside, está desde 2007 em confronto com o Hamas.
"A agressão israelita coloca-nos perante uma encruzilhada: ou prevalece a vontade internacional, ou prevalece a vontade da ocupação de perpetuar o seu colonialismo", sustentou Abbas, referindo-se a Israel.
Israel ocupou a Cisjordânia e Jerusalém Oriental em 1967 e mantém desde então um longo regime de ocupação e colonização.
Até à guerra que eclodiu no início de outubro, as autoridades israelitas aplicavam um rígido bloqueio à Faixa de Gaza, onde agora o Exército israelita tem controlo direto sobre a zona centro-norte, incluindo a capital, Gaza.