A primeira-ministra cessante da Finlândia, Sanna Marin, anunciou esta quarta-feira que vai deixar a liderança do Partido Social-Democrata (SDP) em setembro, depois da derrota nas eleições legislativas no domingo.
O SDP elegeu mais três deputados do que em 2019, mas ficou em terceiro lugar, com 19,9% dos votos, atrás dos conservadores da Coligação Nacional (20,8%) e do Partido dos Finlandeses (20,1%, extrema-direita).
“Cheguei à conclusão de que não me candidatarei a outro mandato como líder do SDP no próximo congresso em setembro”, disse Marin numa conferência de imprensa no parlamento, em Helsínquia, citada pela agência francesa AFP.
“Agora, é altura de me juntar novamente às fileiras e abandonar o cargo de presidente do partido”, disse Marin, segundo o jornal finlandês Yle.
Marin disse também que apresentará a demissão do governo na quinta-feira, cabendo ao líder dos conservadores, Petteri Orpo, formar um novo executivo. Já Orpo anunciou na terça-feira que quer iniciar conversações com todos os partidos sobre a formação de uma coligação governamental.
Marin disse que pretende representar o SDP nessas conversações e que o seu partido “está pronto para o Governo”.
“Somos negociadores duros, mas como partido somos capazes de colaborar e assumimos a responsabilidade governamental muitas vezes na história finlandesa”, afirmou, segundo o Yle.
Avisou, no entanto, que o SDP não está disponível para integrar um executivo que pretende realizar cortes orçamentais de seis mil milhões de euros nos próximos quatro anos, como anunciou Orpo durante a campanha eleitoral.
Marin excluiu a possibilidade de vir a ser ministra no caso de o SDP participar no Governo dos conservadores e que não lhe foi oferecido um cargo internacional, pretendendo continuar como deputada.
Admitiu também que o próximo Governo da Finlândia poderá ser de direita, alegando que a Coligação Nacional e o Partido dos Finlandeses se aproximaram mesmo antes dos debates eleitorais, ainda segundo o Yle.
Referindo-se à “grande honra” de liderar o Governo nos últimos três anos e meio, a mulher que se tornou uma figura internacional reconhecida durante o seu mandato também confidenciou ter vivido “tempos excecionalmente difíceis”.
“Devo admitir francamente que a minha própria resistência foi testada durante estes anos”, afirmou na conferência de imprensa no parlamento, em Helsínquia.
As eleições que ditaram o afastamento de Sanna Marin ocorreram dois antes de a Finlândia se tornar o 31.º membro da NATO.