Os robôs pintores já existiam, mas uma das principais limitações destes estava relacionada com a sua incapacidade de pintarem produtos de grande dimensão ou de geometria complexa.
É por isso que uma equipa de investigadores portugueses do Centro de Robótica Industrial e Sistemas Inteligentes do INESC TEC decidiu desenvolver uma nova célula robótica colaborativa desenvolvida no âmbito do projeto europeu FLEXCoating.
O novo robô pintor ultrapassa as limitações prévias, promovendo a cooperação entre humanos e robôs através de sensores 3D para monitorizar o espaço de trabalho, reconhecer e localizar objetos e programar trajetórias por demonstração, entre outras tecnologias.
Com este salto tecnológico, os investigadores pretenderam ir ao encontro das necessidades da indústria. O novo robô pintor demorou um ano a ser desenvolvido e custou cerca de 200 mil euros, financiados através do H2020, programa de investigação e desenvolvimento da Comissão Europeia.
Através da nova tecnologia, aponta o INESC TEC, é possível quebrar o isolamento da máquina, com robô e operador humano a pintarem "ao mesmo tempo o componente, deixando de haver necessidade de o robô estar isolado numa célula robótica tradicional, protegido por barreiras físicas".
A célula robótica colaborativa já foi testada com sucesso pela empresa portuguesa FLUPOL, especializada na aplicação funcional de revestimentos.
"Esperamos que contribua para o aumento da eficiência e da flexibilidade no processo de produção, com um aumento estimado da capacidade de produção em cerca de 15% e uma otimização perto de 10% do tempo de trabalho dos operadores", é referido em comunicado.
Na prática, antes de começar a pintura, “o operador ensina ao robô como deve pintar”, com uma demonstração. Ao longo do trabalho, o sistema de visão 3D “reconhece e localiza o objeto a pintar e corrige a trajetória do robô previamente ensinada”.
Este é um projecto desenvolvido no Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC) e na portuguesa TALUS.