A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou esta quarta-feira um sexto pacote de sanções contra a Rússia. A proposta inclui uma proibição total das importações de petróleo até ao fim do ano.
“Será um embargo total de importação de todo o petróleo russo, transportado por mar ou oleoduto, bruto e refinado”, afirmou Von der Leyen, no Parlamento Europeu de Estrasburgo, prometendo uma “eliminação gradual, de forma ordenada, para permitir que nós e os nossos parceiros garantam rotas alternativas de abastecimento e minimizem o impacto nos mercados globais”.
“Iremos eliminar gradualmente o fornecimento russo de petróleo bruto no prazo de seis meses, e de produtos refinados até ao final do ano. Assim, maximizamos a pressão sobre a Rússia, ao mesmo tempo que minimizamos os danos colaterais para nós e para os nossos parceiros em todo o mundo”, explicou a presidente da Comissão.
Na sua intervenção von der Leyen reconheceu que este não vai ser um caminho fácil. “Alguns Estados-membros são fortemente dependentes do petróleo russo, mas temos simplesmente de trabalhar nisto”.
Nova proposta traz outras sanções
O sexto pacote vai incluir ainda os nomes de oficiais militares de alta patente e outros indivíduos que cometeram crimes de guerra em Bucha e que são responsáveis pelo cerco à cidade ucraniana de Mariupol.
Também vai ser desligado o Sberbank do sistema SWIFT - de longe o maior banco da Rússia e dois outros grandes bancos. “Com isso, atingimos bancos que são sistemicamente importantes para o sistema financeiro russo e a capacidade de Putin de promover a destruição”, anunciou a presidente da Comissão.
"Também vamos banir três grandes emissoras estatais russas das nossas ondas de rádio. Eles já não poderão distribuir o seu conteúdo na UE, seja qual for a forma ou formato, seja por cabo, via satélite, na Internet ou através de aplicações para smartphones”, acrescentou.
Segundo a líder europeia, "esses canais de TV foram identificados como porta-vozes, que amplificam agressivamente as mentiras e a propaganda de Putin. Não devemos mais dar-lhes um palco para espalhar essas mentiras.”
Segundo a líder, para ajudar a Ucrânia a própria economia europeia precisa permanecer forte. “com todos estes passos, estamos a privar a economia russa de sua capacidade de diversificação e modernização”, justificou.
“Putin queria varrer a Ucrânia do mapa. Claramente não terá sucesso, pelo contrário, a Ucrânia levantou-se em unidade. E é a própria Rússia que ele está a afundar”, concluiu.
A proposta apresentada requer agora a aprovação dos 27 Estados-membros para o embargo avançar.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de três mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A ofensiva militar causou a fuga de mais de 13 milhões de pessoas, das quais mais de 5,5 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.