O presidente da Associação de Estudantes da Faculdade de Ciências de Universidade de Lisboa (FCUL), Luís Miguel Borges, refere que a comunidade de alunos está em choque, com a notícia da organização de uma ação terrorista por parte de um aluno da instituição.
“Não é algo que alguém esperasse que pudesse acontecer em Portugal, muito menos na nossa faculdade. Por isso, é um choque enorme e uma situação que traz preocupações”, diz o responsável pela associação de estudantes que fala num clima de insegurança.
“Todos os alunos se sentem receosos pela sua segurança porque poderia ter acontecido e questionam se poderá voltar a acontecer. Perguntam-se se o rapaz estaria sozinho, que motivações tinha e enquanto não soubermos as repostas há sempre receio”, sustenta.
O suspeito do ataque programado para esta sexta-feira e travado pela Polícia Judiciária na quinta-feira, é hoje ouvido em primeiro interrogatório judicial.
O arguido, detido em flagrante pela posse das armas, está também indiciado pela prática do crime de terrorismo.
À Renascença, Carlos Antunes, professor da Faculdade diz que a segurança vai ser reforçada e que a intenção é "retomar a normalidade, sem receios de ir a exames ou aulas".
Em comunicado, a direção da Faculdade tinha já avançado que está a colaborar com as autoridades policiais e que os exames agendados para esta sexta-feira devem mesmo ocorrer.
Apoio psicológico em análise
A Associação de Estudantes da FCUL vai, esta sexta-feira, entrar em contacto com o Departamento de Psicologia da Universidade de Lisboa para saber da possibilidade de ser facultado apoio psicológico aos estudantes que assim o solicitem.
“Já propusemos algumas medidas para promover a segurança, em especial nesta altura. O lado psicológico está bastante abalado devido à pandemia e devido à época de exames. Vamos tentar orientar um apoio psicológico e estamos dispostos a ouvir os alunos, principalmente agora com os resultados académicos destes exames e forçar uma solução para os alunos que não os conseguiram realizar”, sublinha Luís Miguel Borges.
Até ao momento, a Associação de Estudantes da FCUL não recebeu pedidos específicos nesse sentido mas o seu presidente diz ter a indicação de que “diversos alunos tiveram ataques de pânico”.
Esta sexta-feira vai ser um dia mais difícil, na Faculdade de Ciências de Universidade de Lisboa, face aos receios manifestados para o regresso às aulas. “Muitos alunos não irão por medo outros não estão nas melhores condições para a realização dos exames”, adianta Luís Miguel Borges.
Um estudante de 18 anos da instituição está indiciado pelo crime terrorismo e foi detido em flagrante delito pela Polícia Judiciária na sequência de um alerta do FBI.