O primeiro-ministro, António Costa, não considera aceitáveis as falhas nas urgências do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
"Obviamente, não considero aceitáveis estas falhas de serviço" do SNS", declarou António Costa no primeiro debate parlamentar com o primeiro-ministro da nova legislatura.
O chefe do Governo foi confrontado pelo líder parlamentar do PSD, Paulo Mota Pinto, com a situação de caos nas urgências que levou a ministro da Saúde a anunciar um plano de contingência. Paulo Mota Pinto perguntou se a equipa de António Costa não teve tempo para prevenir falhas em sete anos de governação.
Na resposta, o primeiro-ministro assinalou que o SNS "conseguiu dois grandes sucessos civilizacionais no nosso país: a redução drástica da mortalidade infantil e o aumento da esperança de vida".
"Este sucesso do SNS cria um novo quadro demográfico que exige reformas estruturais no SNS", sublinhou António Costa.
O primeiro-ministro considera que "não basta reforçar o SNS" e diz que "desde 2016 até hoje aumentámos em 30% o orçamento do SNS".
"Aumentámos em termos líquidos 5 mil profissionais no SNS. Só na especialidade de genecologia e obstetrícia aumentamos 13,7% o número de especialistas", argumentou.
António Costa admite que, apesar destas medidas, nas últimas duas semanas faltaram médicos.
"É por isso que é necessário termos uma gestão em rede, uma reorganização da rede e uma estrutura de referenciação, para que nestes momentos em que há férias, pontes ou feriados a qualidade de serviço seja assegurada a todas as portuguesas e portugueses", declarou.
O PSD pediu depois a demissão da ministra da Saúde, Marta Temido, "por incapacidade de gestão ou de promover reformas que mantenham o nível do SNS".
Na resposta, António Costa garante que ouve toda a gente, mas é ele quem toma as decisões e que mereceu recentemente um voto de confiança dos portugueses, com a vitória nas eleições legislativas com maioria absoluta.