O cabeça de lista da coligação PS/Livre à Câmara de Lisboa, Fernando Medina, defendeu que o acordo firmado esta segunda-feira para as próximas eleições autárquicas não resulta de "uma necessidade" de conjuntura, mas de uma "vontade genuína" de agregar.
PS e Livre assinaram esta segunda-feira o acordo de coligação para as próximas eleições autárquicas, agendadas para 26 de setembro, depois de ter sido anunciado no domingo que estas duas forças políticas concorreriam juntas.
Na apresentação e assinatura do acordo -- que decorreu na estação Sul e Sueste - o socialista Fernando Medina frisou que esta candidatura pretende prosseguir o caminho que "tem vindo a ser construído ao longo dos últimos anos".
Esse caminho passa por uma "cidade mais verde", com "mais habitações [a preços] acessíveis", mais sustentável e com "melhores serviços de saúde", destacou o atual presidente da Câmara de Lisboa e recandidato à liderança da autarquia da capital, que preside desde 2015.
"Esta política distingue-se muito de outras visões políticas que, ao invés de valorizarem o SNS [Serviço Nacional de Saúde], os centros de saúde públicos, o investimento na rede hospitalar pública, simplesmente entendem que a medida para a saúde é seguros de saúde, com uma certa privatização do sistema de saúde", declarou, aludindo à medida anunciada na quarta-feira pelo candidato do PSD, Carlos Moedas.
"Nós apostamos no caminho oposto", vincou Fernando Medina, defendendo que a pandemia de covid-19 veio mostrar "a importância de um SNS de qualidade na cidade de Lisboa".
Para o candidato socialista, "a segunda condição para o sucesso da cidade" está na capacidade de a sua candidatura continuar "a unir, a juntar, a agregar".
"Este não é um acordo de quem tem necessidade de conjuntura. Este é um acordo de quem tem uma vontade genuína de se agregar, de se juntar", realçou, acrescentando que a associação política Cidadãos por Lisboa e o movimento Lisboa é Muita Gente também vão integrar as listas da coligação "Mais Lisboa" que junta PS e Livre.
Em caso de vitória, o historiador Rui Tavares (Livre) vai integrar o futuro executivo municipal como vereador da Cultura, Ciência, Conhecimento e Direitos Humanos, conforme já fora anunciado no domingo.
Rui Tavares sublinhou esta segunda-feira que "para concretizar uma ideia" para Lisboa é preciso "muita gente", transmitir "ideias uns para os outros" e partilhá-las.
"Nós somos os guardadores desta cidade temporariamente e a nossa obrigação e deixá-la melhor do que a encontrámos", afirmou o candidato do Livre.
A Câmara de Lisboa é atualmente composta por oito eleitos pelo PS (incluindo dos Cidadãos por Lisboa e do Lisboa é Muita Gente), um do BE (que tem um acordo de governação do concelho com os socialistas), quatro do CDS-PP, dois do PSD e dois da CDU.
Na corrida à presidência da autarquia foram até agora anunciadas as candidaturas de Fernando Medina (coligação PS/Livre), Carlos Moedas (coligação PSD/CDS-PP/PPM/MPT/Aliança), João Ferreira (CDU), Bruno Horta Soares (IL), Nuno Graciano (Chega), Beatriz Gomes Dias (BE), Manuela Gonzaga (PAN), Tiago Matos Gomes (Volt) e João Patrocínio (Ergue-te).
As eleições autárquicas estão marcadas para 26 de setembro.