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A Santa Sé reagiu ao incêndio de grandes proporções que atingiu a catedral de Notre-Dame, em Paris. O fogo, que deflagrou no segundo dia da Semana Santa, alastrou-se pelo sótão da catedral para estender-se ao resto do edifício, com visíveis colunas de chamas e fumo.
Numa nota oficial, a Santa Sé manifestou “incredulidade e tristeza” perante “a notícia do terrível incêndio que assolou a catedral de Notre-Dame, símbolo do Cristianismo, na França e no mundo”.
“Expressamos a nossa proximidade aos católicos franceses e à população parisiense. Rezamos pelos bombeiros e por todos os que fazem o seu melhor para enfrentar esta situação dramática”, pode ler-se na mensagem.
Através do Twitter do diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Alessandro Gisotti, o Papa Francisco manifestou a sua proximidade à França e garantiu também suas orações "a todos os que tentam enfrentar esta dramática situação".
Em Portugal, D. Manuel Clemente, cardeal-patriarca de Lisboa, reagiu com uma mensagem divulgada através do Twitter: “Grande é a tristeza com o incêndio na Catedral de Notre-Dame, coração religioso e artístico de Paris e referência maior para todos nós”.
“Estamos próximos da cidade, da diocese e do seu Arcebispo, certos da ressurreição que tudo tem em Cristo”, prossegue.
D. Michel Aupetit, arcebispo de Paris, dirigiu uma mensagem a todos os padres da diocese, informando que “os bombeiros ainda estão a lutar para salvar as torres de Notre-Dame de Paris”.
“O sótão, o telhado e o pináculo foram consumidos. Rezemos. Se desejarem, podem tocar os sinos das igrejas para convidar a oração”, escreveu.
O arcebispo Éric Moulin-Beaufort, presidente da Conferência Episcopal de França (CEF), assume que esta é “uma grande ferida”, que vai para lá do Cristianismo, assinalando que a catedral é um símbolo “de paz, de beleza e de esperança”.
A construção da catedral, de estilo gótico, teve início em 1163 e foi concluída em 1345; no século XIX foi restaurada pelo arquiteto Viollet-le-Duc.
Mais de uma dezena de igrejas foram profanadas nos últimos meses, em França, e incêndios atingiram espaços como a Igreja de São Sulpício, em Paris.
A Catedral de Notre-Dame é propriedade do Estado, de acordo com lei francesa de separação Igreja-Estado de 1905, e o seu uso é atribuído à Igreja Católica.
Apesar de alguns incidentes, ao longo dos séculos, este é o maior incêndio a atingir o edifício, património mundial da humanidade, que foi poupado durante as duas guerras mundiais.
O teto da catedral, que desabou no fogo, datava de 1326 e tinha um peso de 210 toneladas, assentes numa estrutura em madeira de carvalho.
A construção foi encomendada pelo bispo Maurice de Sully; a primeira pedra foi colocada na presença do Papa Alexandre III, que ficou em Paris de 24 de março a 25 de abril de 1163, durante o reinado de Luís VII.
Em 1185, durante a primeira celebração no interior da catedral, o patriarca de Jerusalém Heráclio de Cesareia convocou Terceira Cruzada.