O gasoduto Nordstream 1, que fornece gás natural à Europa, a partir da Alemanha, acaba de retomar o fornecimento após ter estado encerrado dez dias para manutenção de uma turbina. A informação é avançada pela agência de notícias France Press, que cita fonte da Gazprom, a gigante russa de gás.
No mês passado, as entregas de gás através do gasoduto foram reduzidas em cerca de 60%.
Segundo a agência de notícias alemã DPA, a operadora do gasoduto, a Nord Stream AG, disse que o fluxo de gás recomeçou, mas que o volume levaria algum tempo a aumentar.
De acordo com a empresa alemã que gere a infraestrutura, o volume corresponde a cerca de 40% da capacidade máxima.
Um corte total do gás russo pode significar uma nova quebra de 1,5% à economia europeia. Um problema que, para a Comissão Europeia, não é apenas dos países dependentes do fornecimento de Moscovo, mas de todos.
Para evitar males maiores, a Comissão Europeia quer que todos os países cortem no consumo de gás, já a partir do dia 1 de agosto, e apela à solidariedade dos que estão menos expostos aos fornecimentos russos.
“Todos os Estados-membros vão sofrer as consequências”, adverte a presidente da Comissão Europeia.
Ursula Von der Leyen admite que uns países são mais vulneráveis do que outros, mas defende que os 27, sem exceção, devem avançar com um corte de 15% no consumo de gás, preparando-se para serem também solidários. O objetivo é poupar, mas também partilhar.
“É importante que contribuam para a poupança, para o armazenamento e que estejam prontos para partilhar gás com os vizinhos, caso seja necessário”, sinaliza.
Portugal e Espanha já fizeram saber que não concordam com a proposta.
A discussão promete aquecer até à reunião de ministros da Energia da próxima semana.
As tensões geopolíticas devido à guerra na Ucrânia têm afetado o mercado energético europeu, já que a UE importa 90% do gás que consome, sendo a Rússia responsável por cerca de 45% dessas importações, em níveis variáveis entre os Estados-membros.
Em Portugal, o gás russo representou, em 2021, menos de 10% do total importado.
A procura de gás representa 24% do consumo interno bruto global de energia na Europa.