[notícia atualizada às 00h30]
Um ataque terrorista esta segunda-feira em Viena, capital da Áustria, resultou em "vários mortos e feridos", adiantou o ministro austríaco do Interior, Karl Nehammer.
A informação foi avançada em conferência de imprensa ao início da madrugada de terça-feira, horas depois de ter sido dado o alerta para um ataque numa sinagoga no centro de Viena. A polícia adiantaria de seguida que houve pelo menos seis locais distintos onde ocorreram ataques a seguir ao tiroteio no templo judeu.
Segundo o ministro Nehammer, pelo menos um suspeito "fortemente armado" continua em fuga. O Governo confirma também que a polícia abateu um outro suspeito do atentado.
"Juntámos várias forças especiais e estamos no processo de procurar os presumíveis terroristas", tinha declarado o ministro do Interior, horas antes, à emissora estatal ORF. "Não vou limitar as buscas à área de Viena, pois os atacantes estão em fuga."
O ataque começou por volta das 18h30 locais (menos uma hora em Lisboa), nos arredores da principal sinagoga de Viena, a poucas horas de a população austríaca voltar a um confinamento total por causa da pandemia de Covid-19.
O templo judaico fica situado na zona de Seitenstettengasse, no centro da cidade. Os atacantes espalharam-se então pelas ruas circundantes e às 21h30 havia relato de seis pontos de conflito, todos nas imediações da sinagoga.
Essa informação viria a ser confirmada pela polícia, que no Twitter foi pedindo, de hora a hora, a toda a população que permanecesse em casa, que evitasse espaços públicos e que não divulgasse quaisquer imagens dos ataques nas redes sociais.
Ao longo da noite, foram sendo avançadas informações contraditórias sobre o número de vítimas. Na primeira conferência de imprensa após o ataque, o ministro do Interior falou em "vários mortos", mas não adiantou um balanço concreto.
Sabe-se que haverá, segundo as forças de segurança, pelo menos 15 feridos, incluindo um agente da polícia, e que sete estarão em estado grave.
Segundo os primeiros relatos avançados pelo jornal "Kronen Zeitung", teria também ocorrido uma explosão após os tiroteios, levada a cabo por um bombista suicida, informação que não foi confirmada por fontes oficiais.
No Twitter, o chanceler da Áustria, Sebastian Kurz, condenou o que diz ser um ataque "revoltante", garantindo: "Jamais nos deixaremos intimidar pelo terrorismo e lutaremos contra estes ataques de forma resoluta e por todos os meios."
A União Europeia já “condenou veemente” o “atentado horrível” ocorrido hoje, através de uma publicação no Twitter do Presidente do Conselho Europeu Charles Michel, apelidando-o de "um ato covarde".
"A Europa condena veementemente este ato covarde que viola a vida e os nossos valores humanos. Os meus pensamentos estão com as vítimas e com o povo de Viena após o horrível ataque desta noite. Estamos ao lado da Áustria", pode ler-se.
As autoridades já pediram que não se divulguem imagens relativas ao ataque ou às operações policiais, mas ainda assim algumas circulam nas redes sociais. Numa, cuja origem não foi ainda verificada, vê-se um atacante a balear à queima-roupa um civil numa rua.
Este é o segundo ataque contra templos religiosos em poucos dias, em Viena. Na passada quinta-feira, um grupo de 30 a 50 jovens juntou-se numa igreja numa tentativa de provocar estragos no interior do edifício. O incidente ocorreu na Igreja de St. Anton.
A polícia foi chamada ao local e, assim que chegou, o grupo começou a dispersar, relatam as autoridades.
Contudo, o presidente da comunidade judaica de Viena veio agora lançar dúvidas sobre se a sinagoga terá sido mesmo o alvo do ataque, ou se este era dirigido aos escritórios que ficam adjacentes. Tanto a sinagoga como os escritórios estavam fechados à hora do incidente, adianta Oskar Deutsch, numa mensagem publicada no Twitter em que apela a que se sigam as instruções das autoridades.
[Notícia atualizada às 21h52]
O arcebispo de Viena, cardeal Christoph Schoenborn, publicou uma mensagem no Twitter em que oferece orações pelas forças de segurança e de saúde envolvidas nas operações.