A Venezuela era tradicionalmente um país para onde emigravam muitos estrangeiros. Os portugueses, vindos sobretudo da Madeira, chegaram a ser cerca de meio milhão naquele país. Hoje serão menos, pois muitos regressaram por causa da tremenda crise económica, social e política que a Venezuela atravessa.
Calcula-se que, em média, 5 mil pessoas saiam da Venezuela por dia, com destino à Colômbia, Brasil e outros países sul-americanos. Hoje haverá 1,600 milhões de venezuelanos a viver no estrangeiro, contra 700 mil em 2015, quando a crise já era aguda.
As eleições de domingo passado, ganhas por Maduro, como não podia deixar de ser, nada melhoram a situação trágica da Venezuela. Aliás, mais de metade dos eleitores não votou no domingo, o que indica a fraca confiança no futuro da maioria da população. Há quem fale em dois terços de abstencionistas.
O regime de Maduro pouco tem de democrático. Eleições como estas não são justas nem livres – antes do 25 de Abril, em Portugal, também havia eleições, mas nem por isso o país era democrático. Nações latino-americanas como o Chile e o Panamá não reconhecem como válidos os resultados eleitorais de domingo. Mas a oposição a Maduro também tem culpas no cartório, pois permanece dividida, o que lhe retira força.
Maduro considerou “impecável” a eleição de domingo. Segundo informa o “Le Monde”, uma eleição onde os votantes adeptos do movimento criado por Maduro, “Somos Venezuela”, ao votarem, mostravam o seu “caderno da pátria”, para receber pontos. Estes pontos determinam que apoios sociais cada um irá receber...