A coligação Portugal à Frente (PSD/CDS) venceu as eleições legislativas deste domingo, com 38,34%, numa altura em que estão contados os votos de todas as 3.092 freguesias e só faltam apurar os dois círculos da emigração.
Segundo os dados da Comissão Nacional de Eleições (CNE), a coligação liderada por Passos Coelho e Paulo Portas conquistou 104 deputados.
Deste total, 99 deputados em Portugal Continental, como coligação Portugal à Frente, e mais cinco na Madeira e Açores pelo PSD, que nas regiões autónomas concorreu separado do CDS.
A coligação perde 738 mil votos e 25 deputados em comparação com 2011. Nas legislativas anteriores, PSD e CDS juntaram-se e conseguiram uma maioria parlamentar de 129 deputados.
A aliança PSD/CDS conseguiu 1.979.132 votos nas legislativas deste domingo. Há quatro anos o PSD, sozinho, obteve 2.146.108 de votos e o CDS 652.379.
O Partido Socialista pediu a maioria absoluta, mas ficou em segundo lugar, com 32,38%, o equivalente a 85 deputados. Contas feitas, António Costa arrecadou 1.740.300 votos.
Há quatro anos, o PS de José Sócrates também ficou em segundo lugar, com 28,05% e um grupo parlamentar de 73 deputados, num total de 1.558.250 de votos.
O Bloco de Esquerda (BE) é o grande destaque das legislativas 2015. O partido de Catarina Martins mais do que duplicou o número de deputados. O grupo parlamentar bloquista tinha oito deputados e cresceu para 19.
Em 2011 o BE não foi além dos 5,19% e 288.206 dos votos. Nas legislativas deste domingo, disparou para 10,22% e quase 550 mil votos.
A CDU passa de terceira para quarta força política na Assembleia da República, mas ganhou um deputado e cerca de quatro mil votos em comparação com as eleições anteriores.
A coligação formada por Partido Comunista e Verdes conseguiu 8,27% nestas legislativas, o equivalente 444.319 votos.
O partido Pessoas Animais e Natureza (PAN) fez histórias. Conseguiu eleger, pela primeira vez, um deputado à Assembleia da República, com 1,39% e quase 75 mil votos. André Lourenço Silva vai ser o representante do PAN no novo Parlamento.
Falta ainda apurar quatro deputados eleitos pelos círculos eleitorais da Europa e Fora da Europa, que serão conhecidos nos próximos dias.
A abstenção aumentou em comparação com as últimas eleições. Em 2011, 41,9% dos eleitores registados nos cadernos eleitorais não foram votar, em 2015 aumentou para 43,07%, a maior de sempre numas legislativas.
Em 2011 votaram mais de 5,5 milhões de pessoas. Em 2015, foram menos 200 mil.