Luis Rubiales, antigo presidente da Real Federação Espanhola de Futebol, vai mesmo a tribunal por ter beijado Jenni Hermoso na final do Campeonato do Mundo de futebol feminino em agosto de 2023.
O dirigente tinha apresentado um recurso para evitar sentar-se no banco dos réus. O recurso foi também apresentado por outros três visados no caso: o selecionador Jorge Vilda, o diretor desportivo Albert Luque e o diretor de marketing Rubén Rivera.
O juiz considerou que existem indícios que encaixam no delito contra a liberdade sexual e coação e afirmou ainda que as consequências do "do beijo e do consentimento do mesmo não podem ser avaliadas nesta fase" e, que, por esse motivo, não pode aprovar o recurso apresentado.
O Ministério Público espanhol pede uma pena de dois anos e meio de prisão para Luis Rubiales por agressão sexual e coação, e um ano e meio de prisão por coação para os restantes três envolvidos no caso.
Para lá da pena de cadeira, o Ministério Público pede ainda que Rubiales seja proibido de trabalhar no desporto e de contactar Jenni Hermoso durante quatro anos.
Em janeiro, perante um juiz de instrução, a jogadora Jenni Hermoso reiterou que o beijo de Rubiales não foi consentido.
Hermoso revelou, ainda, que tanto no voo da Austrália para Espanha, como durante os dias de celebração em Ibiza, foi vítima de "assédio constante" para dizer que o beijo fora consentido, o que "alterou a sua vida normal, produzindo-lhe uma sensação de desassossego e tristeza".
Inicialmente, Rubiales recusou demitir-se do cargo de presidente da RFEF. No entanto, acabou por fazê-lo a 10 de setembro de 2023.
A conduta de Luis Rubiales em Sydney, captada pelas câmaras, levou à sua suspensão pela FIFA de toda a atividade relacionada com o futebol por três anos - pena da qual o ex-dirigente recorreu - e pelo Tribunal Arbitral do Desporto do futebol espanhol, pelo mesmo período.