"Que doideira é esta de que não se pode fazer acordos ou entendimentos?" Foi assim que o antigo secretário-geral do PS António José Seguro reagiu, esta sexta-feira. à discussão sobre acordos pós eleições. Seguro defendeu que devem existir consensos depois das eleições e procurar um propósito comum para fortalecer o país. "Nós na Europa colaboramos com outros países (...) e em Portugal não somos capazes de nos entender, de dialogar? Parece que é um sinal de fraqueza", disse António José Seguro na sua intervenção no 10.º Congresso da Associação Nacional de Agentes e Corretores de Seguros (APROSE),em Lisboa.
O ex-ministro de António Guterres lamentou que se tenha passado "de uma cultura de algum entendimento, de algum diálogo, para uma cultura de trincheiras", na qual "as pessoas não dialogam umas com as outras, não escutam os argumentos das outras". Sob o tema "economia em democracia", o antigo líder socialista assinalou que as campanhas "são um tempo de escolha e que cada um vai fazer as suas escolhas".
"Mas a seguir não há possibilidade de convergirmos em três ou quatro aspetos, de nos pormos de acordo? Nós precisamos de um propósito comum, precisamos de nos mobilizar como povo, precisamos de congregar partidos, associações, empresários, trabalhadores, associações, universidades, centros tecnológicos", defendeu António José Seguro. Garantindo que não faz política há 10 anos, apresentou-se como estando "numa simples condição de cidadão" e "distante de qualquer disputa eleitoral".
"Não sou protagonista, não faço parte, seria uma descortesia para cada um de vós", começou por dizer o antigo líder socialista na abertura da sua intervenção, onde sublinhou que o convite para participar foi lançado em outubro de 2023, antes da queda do Governo liderado por António Costa.
António José Seguro considerou que Portugal está muito dependente do exterior em temas económicos, destacando o mercado energético, sugerindo que estas convergências são o caminho para uma maior autonomia. Ainda sobre as eleições legislativas de dia 10 de março, lançou um conjunto de apelos para que continue a haver confiança na democracia, destacando a necessidade "de ter uma linguagem de verdade".
"Mais parcimónia nas promessas eleitorais que se fazem, para que elas depois possam ser cumpridas, mais respeito pelos eleitores, falando verdade, apresentando propostas exequíveis, mais transparência nos dinheiros públicos, para que fica claro que quem gere o que não é seu, o faça com grande rigor, prestação de contas -- em vez de desculpas, assunção de responsabilidades", pediu.
Questionado sobre uma eventual candidatura às eleições presidenciais previstas para 2026, disse ser "uma pessoa livre".
"Sou uma pessoa livre, e o facto de ter opinião, não faz de mim candidato a nada. Faz-me apenas ser a pessoa que, se for útil, pode ajudar as pessoas a refletir." Na sua intervenção, apresentou-se como estando "numa simples condição de cidadão" e "distante de qualquer disputa eleitoral".
"Não sou protagonista, não faço parte, seria uma descortesia para cada um de vós", começou por dizer o antigo líder socialista na abertura da sua intervenção, onde sublinhou que o convite para participar foi lançado em outubro de 2023, antes da queda do Governo liderado por António Costa.
A ideia de não ser protagonista foi repetida aos jornalistas, à margem do evento.
"Aquilo que eu desejo, sinceramente, como português, é que os protagonistas apresentem as suas propostas para resolver os problemas do país. O país tem problemas graves que precisa de resolver, problemas novos e problemas antigos e, passadas as escolhas, honrando o melhor do 25 de Abril, que está prestes a fazer 50 anos, possa haver um regresso ao diálogo, ao entendimento, ao compromisso", insistiu António José Seguro, que insistiu que "os portugueses estão a precisar de respostas para os seus problemas".