Um alto dignitário xiita no Irão criticou o recurso à violência para impor o véu às mulheres, enquanto o país assiste a protestos provocados pela morte de Mahsa Amini quando estava sob custódia de polícia de costumes.
O Grande Ayatolah Nasser Makarem Chirazi disse na quinta-feira que “não considera a violência e a pressão eficazes na questão do ‘hijab’”, o véu obrigatório para mulheres.
O Irão tem sido abalado por protestos desde a morte, em 16 de setembro de 2022, desta iraniana curda de 22 anos, após ter sido detida em Teerão pela polícia de costumes, que a acusou de ter quebrado o rígido código de indumentária, por não usar o hijab’.
Chirazi, conhecido pelas suas posições conservadoras, fez a declaração durante um encontro com o ministro da Cultura, Mohammad-Mehdi Esmaili, na cidade sagrada de Qom (centro), de acordo com a AFP.
“O presidente e os ministros devem saber que estão numa situação difícil. É verdade que o inimigo está muito ativo, mas não estamos num impasse”, disse Chirazi, conhecido pelas suas posições ultra conservadoras, durante um encontro com o ministro da Cultura do Irão, Mohammad-Mehdi Esmaili.
Na quarta-feira, o ministro do Turismo, Ezzatollah Zarghami, também já tinha apelado a uma maior tolerância face ao uso do véu no espaço público.
Em sentido contrário, em 10 de janeiro, a Autoridade Judicial tinha indicado que queria reabilitar uma lei que prevê sanções severas, como o exílio, para quem não respeitar a obrigação de usar o véu.