O indicador de confiança dos consumidores aumentou em dezembro e janeiro, "interrompendo o perfil negativo" dos três meses anteriores, tendo o indicador de clima económico também subido no primeiro mês do ano, divulgou esta segunda-feira o Instituto Nacional de Estatítica (INE).
Segundo os resultados dos 'Inquéritos de Conjuntura às Empresas e aos Consumidores' do Instituto Nacional de Estatística (INE), "o indicador de confiança dos consumidores aumentou em dezembro e janeiro, interrompendo o perfil negativo dos três meses anteriores, que culminou, em novembro, no valor mais baixo desde abril de 2020, no início da pandemia".
Quanto ao indicador de clima económico, "aumentou em janeiro, após ter interrompido nos últimos três meses o movimento descendente iniciado em março".
De acordo com o INE, a evolução do indicador de confiança dos consumidores em janeiro "resultou do contributo positivo das perspetivas de evolução futura da realização de compras importantes por parte das famílias, da situação económica do país, e, em menor grau, da situação financeira do agregado familiar".
Em sentido contrário, as opiniões sobre a evolução passada da situação financeira do agregado registaram um contributo negativo.
O saldo das expectativas relativas à evolução futura da situação económica do país aumentou entre novembro e janeiro, "de forma significativa no último mês do ano, após ter diminuído nos dois meses precedentes e de ter atingido o valor mais baixo desde abril de 2020, aquando do início da pandemia".
Quanto ao saldo das perspetivas sobre a evolução futura da situação financeira do agregado familiar, "aumentou nos últimos três meses, de forma muito ténue em janeiro, após ter diminuído em setembro e outubro, tendo registado nestes dois meses os valores mais baixos desde o início da pandemia em abril de 2020".
Por sua vez, o saldo das opiniões sobre a evolução passada dos preços "aumentou em janeiro, após as diminuições observadas nos dois meses precedentes e depois de ter atingido o valor máximo da série em outubro".
Já o saldo das perspetivas relativas à evolução futura dos preços "diminuiu de forma expressiva entre novembro e janeiro, depois de ter aumentado nos dois meses precedentes, atingindo o valor mais baixo desde setembro de 2021".
Indústria transformadora também mais confiante
Também na indústria transformadora, a confiança aumentou em novembro e janeiro, "mais intensamente no último mês", sendo esta evolução atribuída ao "contributo positivo das perspetivas de produção e das apreciações relativas aos 'stocks' de produtos acabados, tendo as opiniões sobre a evolução da procura global contribuído negativamente".
De acordo com o INE, "o indicador de confiança aumentou nos agrupamentos de bens de consumo e de bens intermédios e diminuiu no agrupamento de bens de investimento".
O saldo das apreciações sobre a procura global diminuiu em janeiro, após ter aumentado em dezembro, retomando o perfil descendente verificado em outubro e novembro, com as opiniões relativas à procura interna a recuperarem entre novembro e janeiro e as apreciações relativas à procura externa a também recuperarem em janeiro.
Por seu turno, o indicador de confiança da construção e obras públicas aumentou em janeiro, após ter diminuído em dezembro, numa evolução que "refletiu o contributo positivo das duas componentes, apreciações sobre a carteira de encomendas e perspetivas de emprego, mais intenso no primeiro caso".
No setor do comércio, o indicador de confiança aumentou em novembro e janeiro, invertendo o movimento descendente observado entre julho e outubro, e, resultado do contributo positivo das opiniões sobre o volume de vendas e das perspetivas de atividade da empresa, tendo as apreciações sobre o volume de 'stocks' contribuído negativamente.
Em janeiro, o indicador de confiança aumentou quer no comércio a retalho, quer no comércio por grosso.
Quanto aos serviços, viram o indicador de confiança aumentar em janeiro, após ter diminuído no mês precedente.
"A evolução do indicador resultou do contributo positivo das perspetivas relativas à evolução da procura e das opiniões sobre a evolução da carteira de encomendas, mais expressivo no primeiro caso, tendo as apreciações sobre a atividade da empresa estabilizado", detalha o INE.