A Associação Sindical dos Profissionais de Enfermagem, uma das estruturas que convocou a greve nos blocos cirúrgicos, avançou com uma queixa no Ministério Público contra o Governo.
"Já fizemos uma denúncia no MP, por boicote à greve. Temos prova disso e o boicote à greve é crime", diz à Renascença a dirigente da ASPE.
A associação diz que as administrações hospitalares estão a agendar cirurgias urgentes em tempo de greve para acelerar a requisição civil. "Deliberadamente, todas as instituições marcaram apenas operações a doentes oncológicos com o objetivo de demonstrar o não cumprimento dos ser mínimos", acusa Lúcia Leite.
O presidente da secção regional Norte da Ordem dos Médicos disse, esta quarta-feira, que os serviços mínimos não estão a ser cumpridos no Norte, na linha das declarações, de terça-feira, do diretor clínico do Hospital de Santo António, que disse que os serviços mínimos não tinham sido cumpridos.
Na terça-feira à noite, em entrevista à SIC, o primeiro-ministro admitiu uma requisição civil e uma ação judicial contra a bastonária da Ordem dos Enfermeiros.
Por sua vez, a bastonária da Ordem dos Enfermeiros, Ana Rita Cavaco, disse estar tranquila quanto à intenção do Governo de avançar com um processo judicial por violação da lei das ordens profissionais.
O secretário de Estado Adjunto da Saúde suspendeu relações institucionais com a Ordem dos Enfermeiros na sequência de posições e declarações da bastonária sobre a greve em blocos operatórios, segundo uma nota enviada à agência Lusa pelo gabinete de Francisco Ramos.
A greve dos enfermeiros decorre desde quinta-feira e estende-se até fim de fevereiro em blocos operatórios de sete hospitais públicos, sendo que a partir de sexta-feira passa a abranger mais três hospitais num total de dez.