O antigo líder do PSD Luís Marques Mendes considerou esta terça-feira que a decisão do atual presidente do partido, Pedro Passos Coelho, de não se recandidatar ao cargo é uma decisão "muito digna".
"Eu já no domingo à noite tinha antecipado este cenário, a não candidatura de Passos Coelho", apontou Marques Mendes, questionado pelos jornalistas sobre a decisão do atual presidente dos sociais-democratas, conhecida esta tarde.
Na sua opinião, esta "é uma decisão muito digna".
"Ele merece ser cumprimentado pela dignidade de ter colocado os interesses do partido acima de qualquer tentação de se agarrar ao lugar", considerou Luís Marques Mendes, falando à margem da inauguração da nova sede da sociedade que integra, a Abreu Advogados, situada na frente ribeirinha de Lisboa, e que constituiu um investimento de 13 milhões de euros.
O presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, anunciou esta terça-feira na reunião da Comissão Política Nacional, que não se irá recandidatar ao cargo nas próximas eleições directas, disseram à Lusa fontes sociais-democratas presentes neste órgão.
Contactada pela Lusa, fonte oficial do PSD remeteu uma resposta para a intervenção inicial de Passos Coelho no Conselho Nacional, que será aberta à comunicação social.
Na noite das eleições autárquicas, no domingo, nas quais o PSD obteve o seu pior resultado de sempre, Passos Coelho reiterou que não se iria demitir na sequência de resultados de eleições locais, mas prometeu uma "reflexão ponderada" sobre se iria ou não recandidatar-se ao cargo nas diretas previstas para o início do próximo ano.
Esta terça-feira de manhã, reuniu-se a comissão permanente do PSD – o núcleo duro da direção – e, à tarde, a comissão política. Esta noite está reunido o Conselho Nacional, num hotel em Lisboa.
No domingo, num comentário aos resultados das eleições autárquicas, Luís Marques Mendes, afirmou que não ficaria surpreendido se Pedro Passos Coelho comunicasse a sua saída da liderança dos sociais-democratas, face aos resultados das eleições autárquicas.
Em declarações na SIC Notícias, Marques Mendes qualificou o resultado do PSD nestas eleições como "uma hecatombe, um terremoto", e considerou que, se Passos Coelho quiser continuar à frente do partido, "a vida dele vai ser um inferno completo" e "vai ter dificuldade, numas diretas, de se manter na liderança".
Quanto ao futuro do futuro, Mendes remeteu mais considerações para o seu habitual comentário televisivo.