Pedro Barreiros, o novo líder da Federação Nacional da Educação (FNE), garante que está disponível para negociar com o Ministério da Educação, mas avisa que é preciso valorizar a carreira dos docentes e que o ministro tem de dar um sinal de abertura.
Em entrevista à Renascença, Pedro Barreiros diz que “se o Ministério da Educação não estiver disponível só nos restará a via da luta”, acrescentando que “nunca desistiremos e a luta, que já vai longa, se tiver de continuar e se tiver de ganhar ainda outra dimensão, a FNE estará na linha da frente para lutar pelos interesses daqueles que representa”.
O atual presidente do Sindicato da Zona Norte concretiza e diz que “iremos adotar tudo aquilo que estiver ao nosso alcance, nomeadamente nos exames nacionais, tudo, mas ainda mais: o primeiro dia de aulas de 2023/2024 será também uma data simbólica e todo o tempo daí para a frente, serão todos eles, dias possíveis da luta dos professores”.
Pedro Barreiros garante que, “se o Ministério de Educação não der um passo”, a luta continua, até porque “os professores nunca, jamais, permitiriam que nós pudéssemos desistir ou abdicar daquilo que são princípios super justos”.
Este dirigente sindical avisa ainda o Governo que “não é com este tipo de políticas que o governo vai garantir que os jovens queiram ser professores, bem pelo contrário”, uma vez “que está a conseguir que aqueles que já cá estão, queiram abandonar a profissão”.
Pedro Barreiros promete um mandato atento, crítico e proativo “no sentido de identificar os problemas, mas também capaz de identificar as soluções”. Nesta entrevista à Renascença lembra ainda que a “educação não pode ser vista como um custo” sublinhando que “o sucesso do sistema educativo passa por ter pessoas devidamente preparadas e não apensas por construir mais escolas ou colocar mais computadores nas escolas”.
O novo secretário-geral da FNE toma posse no domingo, num congresso que será o último de João Dias da Silva à frente da organização sindical, após quase duas décadas de liderança.
A FNE, que congrega dez sindicatos e é uma das mais representativas do setor, realiza a partir deste sábado, no Centro Cultural e de Congressos de Aveiro, o XIII Congresso sob o mote “Por carreiras dignificadas e atrativas – por uma Educação de qualidade”.