O futuro chanceler da Alemanha, o social-democrata Olaf Scholz, anunciou hoje o epidemiologista Karl Lauterbach como novo ministro da Saúde, a pasta que faltava preencher na distribuição de cargos do governo de coligação com Verdes e liberais.
A nomeação de Lauterbach, que defende a máxima cautela face à pandemia de covid-19, ocorre dois dias antes da prevista investidura de Scholz no Parlamento Federal, segundo a agência de notícias espanhola EFE.
Os Verdes devem anunciar hoje o resultado da consulta aos seus militantes sobre o pacto de coligação com o Partido Social Democrata (SPD) e os liberais do Partido da Liberdade (FDP), depois de estas duas formações políticas terem apoiado o acordo no fim de semana.
Com o acordo dos três partidos da chamada coligação "semáforo", numa alusão às cores de cada um deles, Olaf Scholz, 63 anos, poderá ser eleito chanceler pelo Parlamento na quarta-feira.
A sua eleição põe fim ao consulado de 16 anos da conservadora Angela Merkel, de quem era vice-chanceler e ministro das Finanças no governo de coligação entre a União Democrata-Cristã (CDU) e o SPD.
O futuro ministro da Saúde tem sido uma presença destacada nos meios de comunicação social durante a pandemia e é considerado o principal especialista na matéria no seio do SPD, o que o tornou alvo de ataques nas redes sociais de ativistas contra as vacinas.
O novo governo alemão terá pela primeira vez tantas mulheres como homens à frente dos ministérios.
"A paridade é importante para mim e é por isso que haverá oito homens e oito mulheres entre os 16 ministros", disse Scholz, citado pela agência de notícias France-Presse.
O SPD nomeou sete ministros (quatro mulheres e três homens), os Verdes cinco (três mulheres e dois homens) e o FDP quatro (três homens e uma mulher).
Scholz confirmou hoje que Hubertus Heil continuará como ministro do Trabalho e Assuntos Sociais, enquanto o ministro da Chancelaria será Wolfgang Schmidt, considerado o seu homem de confiança e que também já era esperado para o cargo.
Christina Lambrecht, até agora ministra da Justiça, será responsável pela Defesa, Nancy Faeser irá dirigir o Ministério do Interior e Klara Geywitz, vice-presidente do SPD, ficará com o novo Ministério da Habitação.
A última pasta do SPD, a da Ajuda ao Desenvolvimento, irá para Svenja Schulze, que era ministra do Ambiente no último governo de coligação de Angela Merkel.
O SPD foi o último dos três parceiros governamentais a anunciar a lista de ministros nomeados.
No caso dos Verdes, a copresidente do partido, Annalena Baerbock, será a responsável pelos Negócios Estrangeiros, e o outro copresidente, será ministro de Economia e do Clima.
A agricultura irá para Cem Özdemir, enquanto o Ministério da Família, Mulher e Juventude foi atribuído a Anne Spiegel e o do Ambiente a Steffi Lemke.
O FDP terá o seu líder, Christian Lindner, como ministro Finanças, uma posição-chave na principal economia da Europa.
Volker Wissing foi nomeado para os Transportes e Digitalização, Marco Buschmann para a Justiça e Bettina Stark-Watzinger ministra da Educação.
A assinatura formal do acordo governamental está prevista para terça-feira.