Israel. Terceira eleição em menos de um ano no país das coligações
01-03-2020 - 15:36
 • Filipe d'Avillez

Benjamin Netanyahu e Benny Gantz defrontam-se num escrutínio que, tudo indica, voltará a não dar maioria absoluta a qualquer um dos partidos.

Os israelitas voltam às urnas na segunda-feira, pela terceira vez em menos de um ano, para tentar finalmente eleger um Governo viável.

Benjamin Netanyahu tentará conseguir uma maioria suficientemente forte para o seu partido, o Likud, conseguir governar de forma estável.

Do outro lado tem o seu rival Benny Gantz, líder do Partido Azul e Branco, que procura finalmente destronar Netanyahu.

Se a vida correr mal para o atual primeiro-ministro israelita, só pode culpar-se a si mesmo. O processo de instabilidade política aparentemente infindável começou quando Netanyahu, no auge da sua popularidade, em finais de 2018, decidiu convocar uma eleição antecipada para tentar reforçar a maioria do Likud.

Mas o resultado não foi o esperado e Netanyahu não conseguiu formar coligação. Em vez de deixar Gantz tentar a sua sorte, optou por convocar uma segunda eleição antecipada, que se realizou em setembro.

Nessa segunda eleição Gantz e Netanyahu terminaram virtualmente empatados, sem maioria absoluta, e mais uma vez não conseguiram formar uma coligação.

Entretanto a realidade em Israel já não é a mesma do que no final de 2018. Nessa altura pairava sobre Netanyahu o espetro de uma investigação criminal, mas agora já existe acusação formal e data marcada para o começo do julgamento. O primeiro-ministro é acusado de várias irregularidades, incluindo corrupção e suborno.

Se essa realidade pode enfraquecer a posição do atual primeiro-ministro, Netanyahu também tem alguns trunfos na manga. A apresentação do plano de paz de Donald Trump para o Médio Oriente retira território aos palestinianos, o que é bem visto pelos apoiantes mais radicais do Likud, e Netanyahu prometeu que vai anexar os colonatos se voltar a ser eleito.

Durante a campanha o Likud e o Partido Azul e Branco estiveram virtualmente empatados, mas Netanyahu parece ter conseguido algum avanço nos dias antes do escrutínio. Ganhe quem ganhar, uma coisa parece certa: No país das coligações não será desta que um partido consegue maioria absoluta.