A Guarda Nacional Republicana (GNR) vai ter uma comissão para a igualdade de género e não discriminação, que vai fazer um levantamento de possíveis situações a corrigir e tentar encontrar soluções, nomeadamente na conciliação entre a vida profissional e familiar.
Em declarações aos jornalistas, no final da apresentação da campanha contra a violência doméstica #AmorAssimNão, o ministro da Administração Interna explicou que esta comissão vai servir para analisar "aquelas que ainda são hoje as dificuldades que se colocam no plano pessoal e profissional ao exercício de funções na GNR, dentro de uma política de igualdade de género".
"Vai preparar as condições dos concursos de acesso à formação, à preparação para o exercício de funções de cada vez maior responsabilidade", sublinhou Eduardo Cabrita, acrescentado que a GNR está a chegar à fase em que há cada vez mais mulheres com funções de comando territorial.
O ministro lembrou que o caminho da GNR pela igualdade de género começou em 1993, com a entrada das primeiras mulheres admitidas como guardas, seguindo-se as primeiras oficiais em 1998 e as primeiras mulheres sargento em 2002.
Eduardo Cabrita frisou que há mais de 1.300 mulheres guardas na GNR, mais de cem são sargentos e 75 são oficiais.
Nesse sentido, disse mesmo acreditar que não faltará muito para que haja uma mulher oficial general na GNR, vaticinando que poderá acontecer na próxima década.
A responsável pela comissão para a igualdade de género e não discriminação agora criada disse que o primeiro objetivo é fazer um levantamento de situações passiveis de ser corrigidas, em todo o país, tendo em conta que a GNR está presente em cerca de 90% do território nacional.
"Nós somos tão melhores profissionais quanto melhor estivermos a nível pessoal e familiar. Vamos tentar identificar situações na guarda onde possamos contribuir para que as nossas militares melhorem a nível profissional. Vamos estudar os melhores exemplos e vamos trabalhar", garantiu a tenente-coronel Cristina Pereira.
A campanha contra a violência doméstica junta o Governo, com a GNR e empresa Delta Cafés, e vai ser difundida através de mensagens em cinco milhões de pacotes de açúcar, como "Desculpas não se pedem, denunciam-se", "Entre marido e mulher, mete a colher", ou "Cá se fazem, cá se denunciam".