É o nono suspeito do assalto a Tancos e foi agora detido pela Polícia Judiciária, depois de ter passado ao lado da operação de segunda-feira, em que foram detidos oito suspeitos do roubo aos paióis.
A notícia é avançada esta quarta-feira pelo “Diário de Notícias”, segundo o qual o ex-militar terá entrado há pouco tempo na GNR e estava colocado na base de Tancos na altura do roubo.
É suspeito de ter dado informações, a troco de dinheiro, ao grupo que assaltou os paióis. Na altura, estava contratado pelo Exército e informado os assaltantes sobre as rotinas de segurança e sobre o material que estava guardado.
Segundo o jornal, o ex-militar não se encontrava em qualquer das moradas previstas pelos investigadores e estaria de férias em Espanha. Não chegou a ser detetado na inspeção interna do Exército, que instaurou três processos disciplinares, e escapou ainda à operação de segunda-feira, levada a cabo pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) e pela PJ.
O suspeito vai ser apresentado esta quarta-feira ao juiz de instrução criminal.
O furto do material militar, entre granadas, explosivos e munições, dos paióis de Tancos foi noticiado em 29 de junho de 2017. O caso ganhou importantes desenvolvimentos em 2018, tendo sido detidos, numa operação do Ministério Público e da Polícia Judiciária, sete militares da Polícia Judiciária Militar (PJM) e da GNR, suspeitos de terem forjado a recuperação do material em conivência com o presumível autor do roubo.
Dois dos detidos eram o diretor da PJM e um civil (que já foi militar), principal suspeito da prática do furto, encontrando-se ambos em prisão preventiva.
Na segunda-feira, a Polícia Judiciária deteve oito pessoas (todas civis) e realizou dezenas de buscas na zona Centro e Sul do país, por suspeitas de crimes de associação criminosa, furto, detenção e tráfico armas.
Cinco suspeitos ficaram em prisão preventiva; três vão aguardar o desenrolar do processo com termo de identidade de residência (TIR).
Deste grupo de três elementos, um fica também impedido de se ausentar do país e de contactar com os restantes arguidos.
O caso do assalto a Tancos levou à demissão de Azeredo Lopes do cargo de ministro da Defesa e à criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito, cujas audições começam em janeiro. Vão ser ouvidas 63 personalidades.