UE nega que acordo com os EUA seja ameaça aos consumidores
02-05-2016 - 19:52

A comissária europeia do Comércio considera que a fuga de informação é uma “tempestade num copo de água” e que nada está fechado.

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A Comissão Europeia rejeita que a segurança dos consumidores fique em causa com o acordo comercial em negociação com os Estados Unidos.

Bruxelas garante que o Acordo de Livre Comércio e Investimento (TTIP, na sigla inglesa) ainda não está fechado, em reacção ao "TTIP Leaks", os documentos confidenciais agora divulgados pela organização ecologista Greenpeace.

A comissária europeia do Comércio, Cecilia Malmstrom, considera que a fuga de informação é uma “tempestade num copo de água”.

Cecilia Malmstrom assegura que Bruxelas não se vai precipitar para assinar um acordo antes do fim do mandato do Presidente norte-americano, Barack Obama, em Janeiro de 2017.

“Se não for bom o suficiente, nós só temos de dizer: ‘Desculpem, mas temos que deixar o acordo no congelador’ e esperar pela próxima administração norte-americana.”

A Casa Branca não confirma nem desmente a veracidade dos documentos agora divulgados pela Greenpeace, mas acredita que as negociações não vão ser afectadas.

“Há a possibilidade e nós queremos concluir as conversações até ao final do ano. Acho que não há nada nesta fuga que possa ter impacto material na nossa capacidade de fechar o acordo”, disse o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest.

Greenpeace revela exigências dos EUA à Europa

O movimento ambientalista divulgou esta segunda-feira mais de 200 documentos confidenciais das negociações entre a Europa e os Estados Unidos sobre o TTIP.

A Greenpeace avisa que existem ameaças à saúde pública, ambiente e clima.

Por exemplo, os Estados Unidos ameaçam dificultar a exportação de carros europeus, se a Europa não se comprometer a importar mais produtos agrícolas norte-americanos.

Mas, neste sector, a legislação do lado de cá e do lado de lá é diferente, na Europa mais rígida em relação a segurança alimentar e saúde pública.

Outro exemplo é a indústria de cosmética, que nos EUA ainda é autorizada a fazer testes com animais, prática que é proibida na Europa.

A denúncia da Greenpeace foi feita numa conferência de imprensa da organização, na Holanda. Os documentos em causa referem-se a matérias como agricultura, transacções no sector industrial e comunicações electrónicas, incluindo serviços de internet

Os dados confidenciais agora revelados são relativos à ronda 12 das negociações, que aconteceu em Abril.

Na semana passada aconteceu a ronda 13 e, em comunicado, o negociador da União Europeia apontada alguns avanços, nomeadamente alguns textos consolidados em algumas matérias, mas nada fechado. Sublinha que o acordo final terá de ser o mais ambicioso, equilibrado e compreensivo para as duas partes.

A próxima ronda de negociações entre a União Europeia e os Estados Unidos, sobre o acordo que poderá colocar 100 mil milhões de euros nas economias dos dois lados do Atlântico, deverá realizar-se em Julho.