Regresso de Casillas à alta competição também dependerá da vontade do guarda-redes
01-05-2019 - 21:01
 • Renascença

O guarda-redes pode não querer continuar a ser futebolista profissional. O médico do FC Porto, Nélson Puga, salienta a importância da intervenção rápida, no momento do enfarte, e enaltece o trabalho do cirurgião "que tem mãos como Casillas".

O regresso de Iker Casillas à alta competição, após ter sofrido um enfarte agudo do miocárdio, depende de vários fatores, incluindo a vontade do guarda-redes espanhol em continuar a ser futebolista profissional.

Em declarações ao Porto Canal, o diretor do departamento clínico do FC Porto, Nélson Puga, salientou que "ainda é muito cedo" para abordar o eventual regresso de Casillas aos relvados. No entanto, assinalou que a continuidade da carreira também dependerá da vontade do guardião.

"Vai depender de muitos fatores: da medicação que ele vai ter de fazer, da avaliação que terá de ser feita, não apenas em situações de repouso, mas também nas situações de stress, com o exercício físico a que ele é sujeito na alta competição, e também da vontade que ele tenha em continuar a fazer este tipo de atividade. Só depois de ponderados todos estes fatores, com muita calma, com muito diálogo, é que se vai decidir se ele quer ou não continuar. Mas que ele vai ficar completamente recuperado e restabelecido temos praticamente a certeza", afiançou.

Intervenção imediata e um cirurgião com mãos de guarda-redes

Puga explicou como se processou o auxílio a Casillas, quando este se sentiu mal, durante o treino matinal do FC Porto, esta quarta-feira.

"Por sorte, foi diagnosticado rapidamente e os procedimentos correram bem. Pedimos para ter uma equipa ainda no Olival em alerta, a partir do momento em que suspeitámos que podíamos estar perante esta situação clínica, e colocaram-nos uma equipa de prevenção para que, mal o Iker chegasse ao hospital, pudesse ser diagnosticado como foi e intervencionado. Imediatamente após ser feito o diagnóstico, pudemos atuar rapidamente em termos de hemodinâmica e ele fez um cateterismo", esclareceu o médico do FC Porto.

Puga assegurou que a equipa que operou Casillas, no Hospital da CUF, no Porto, "foi muito eficaz na resposta que deu, em particular o colega que fez o cataterismo, que é muito experiente e que tem mãos como o iker tem na baliza para fazer com exatidão estes procedimentos".

A intervenção correu "muito bem e a situação pôde ser resolvida na hora", sem que Casillas "tivesse ficado com qualquer tipo de sequela".

Ultrapassado o susto, conforme o próprio assegurou, Casillas "está bem, está estável, com o humor que o caracteriza", acompanhado da família: "Vai agora iniciar os primeiros passos na sua recuperação."