A nova secretária de Estado da Agricultura, Carla Alves, apresentou a demissão cerca de 24 horas depois de ter tomado posse.
A notícia foi conhecida através de um comunicado do Ministério da Agricultura enviado às redações. Carla Alves tomou posse na quarta-feira, pelas 18h00, e a notícia da demissão foi conhecida esta quinta-feira, pouco antes das 20h00.
"A secretária de Estado da Agricultura, Carla Alves, apresentou esta tarde a demissão por entender não dispor de condições políticas e pessoais para iniciar funções no cargo", refere a nota do Governo.
A demissão de Carla Alves foi "prontamente aceite", sublinha o Ministério da Agricultura.
No debate da moção de censura ao Governo, esta quinta-feira no Parlamento, o primeiro-ministro, António Costa, tinha saído em defesa da nova secretária de Estado.
Carla Alves tem diversas contas arrestadas, na sequência de uma investigação que visa o marido, ex-presidente da Câmara de Vinhais.
António Costa, admitiu que o Governo confrontou a secretária de Estado da Agricultura acerca do caso em que está a ser investigado e que levou ao arresto das contas conjuntas com o marido Américo Pereira, ex-autarca de Vinhais e investigado pelo Ministério Público por crimes de corrupção ativa e prevaricação.
“Vou demitir uma mulher porque o marido foi acusado? Qual é o caso da ética? É ser casada com alguém que foi acusado?”, questionou o primeiro-ministro em plenário no Parlamento, criticando o “populismo” do Bloco de Esquerda, depois de Catarina Martins ter classificado de “imprudente” a nomeação de uma governante “com tanto por explicar”, referindo que o PS “é o partido que mais alimenta a extrema direita com casos”.
Pouco antes da notícia da demissão de Carla Alves, o Presidente da República comentou a polémica em declarações aos jornalistas.
Marcelo Rebelo de Sousa considera que a secretária de Estado da Agricultura "tem uma limitação política" e é um "peso negativo" no Governo.