Inspectores recolheram amostras no local de alegado ataque químico na Síria
26-08-2013 - 18:57

Países ocidentais defendem uma resposta forte caso se confirme o ataque que fez pelo menos 355 mortos. Rússia mostra-se cautelosa e alerta que uma intervenção militar seria um erro grave.

Os peritos da ONU deslocaram-se esta segunda-feira ao local de um alegado ataque com armas químicas, nos subúrbios da capital da Síria, onde entrevistaram sobreviventes e recolheram amostras de sangue.

Os investigadores atravessaram a linha da frente de batalha e visitaram o bairro de Mouadamiya, que está sob controlo dos rebeldes e que foi uma das quatro zonas onde, na passada quarta-feira, terão sido usadas armas químicas.

Fonte médica em Mouadamiya disse à agência Reuters que os inspectores da ONU estiveram numa mesquita onde os feridos estão a ser tratados. Falaram com as vítimas e recolheram amostras de sangue.

Wassim al-Ahmad, um activista da oposição, adiantou à Reuters que nesta missão pelos subúrbios de  Damasco os peritos internacionais foram acompanhados por elementos do Exército Livre da Síria, que luta contra o regime de Bashar al-Assad.

Um vídeo filmado no local mostra os inspectores, protegidos com coletes à prova de bala e identificados com capacetes azuis das Nações Unidas, a andar pelas ruas de Mouadamiya.

Esta visita foi antecedida por dois ataques. Primeiro, foram disparados morteiros contra a zona de Damasco onde estão alojados os peritos da ONU e, depois, atiradores furtivos abriram fogo sobre a coluna de viaturas das Nações Unidas.

Chefes militares dos Estados Unidos, da Europa e do Médio Oriente estiveram reunidos na Jordânia para avaliar uma eventual resposta à situação na Síria. Os países ocidentais defendem uma resposta forte caso se confirme o ataque, mas a Rússia mostra-se cautelosa e alerta que uma intervenção militar seria um erro grave.

O alegado ataque com armas químicas da passada quarta-feira, dia 21, tirou a vida a pelo menos 355 pessoas e mais de 3.600 foram assistidas, de acordo com a organização não-governamental Médicos Sem Fronteiras.

A confirmar-se, este é o mais grave ataque químico desde 1988, quando o ditador iraquiano Saddam Hussein gaseou milhares de curdos, no norte do país.