Um antigo guarda nazi, de 95 anos, foi este sábado deportado dos Estados Unidos, onde viveu nas últimas décadas, para a Alemanha.
Friedrich Karl Berger foi expulso dos EUA depois de duas decisões judiciais que confirmaram a sua participação “na perseguição patrocinada pelos nazis”.
Depois da II Guerra Mundial, Friedrich Karl Berger deixou a Alemanha e refez a sua vida do outro lado do Atlântico. Atualmente, vivia no estado norte-americano do Tennessee.
Em fevereiro do ano passado, um juiz de Memphis decretou a deportação do antigo guarda nazi que trabalhou no campo de concentração de Neuengamme, nos arredores de Hamburgo.
Neuengamme recebeu cerca de 100 mil presos judeus, russos, polacos, holandês e franceses - estima-se que metade tenha morrido -, que eram mantidos em reclusão em condições “atrozes” e em regime de trabalho forçado, até à morte ou à exaustão, refere um comunicado do Departamento de Estado norte-americano.
O campo de Neuengamme foi abandonado em março de 1945 e Friedrich Karl Berger ajudou a transferir prisioneiros para outras instalações, segundo apurou o tribunal.
A viagem de duas semanas até à nova prisão aconteceu em “condições desumanas” e cerca de 70 prisioneiros morreram.
Durante o julgamento nos Estados Unidos, Berger admitiu que guardou os presos para evitar que estes fugissem, nunca pediu transferência do campo de concentração e ainda recebia uma reforma da Alemanha pelos tempos da guerra.
De acordo com o procurador norte-americano Monty Wilkinson, Berger foi deportado para a Alemanha porque os Estados Unidos não são um “porto de abrigo para os participantes nos crimes nazis” durante a II Guerra Mundial.