A subida do preço das casas deixa banca em risco. O alerta é da Autoridade Bancária Europeia, que posiciona Portugal entre os países da União Europeia onde se verifica maior disparidade entre o aumento dos preços da habitação e a evolução dos salários.
Segundo a última avaliação ao setor, divulgada esta sexta-feira, o sistema financeiro europeu está mais robusto, no entanto, “as vulnerabilidades mantêm-se".
Entre os riscos assinalados está o aumento dos preços na energia, o crescimento da dívida pública e privada durante a pandemia e eventuais “correções abruptas”, devido a sobreavaliações nos mercados financeiro e imobiliário.
A Autoridade Bancária Europeia considera que "o aumento dos preços das casas, em conjunto com recente foco dos bancos em dar crédito hipotecário, pode tornar-se numa fonte de vulnerabilidade no futuro".
Apesar da crise que se instalou com a pandemia, foram criadas condições que levaram ao aumento da procura no mercado imobiliário, que por sua vez alimentaram uma sobreavaliação.
“As poupanças das famílias aumentaram”, ajudadas pelas medidas de apoio e a redução do consumo, e aumentou a preferência por espaços maiores, facilitada pelas baixas taxas de juro. A inflação travou a oferta, ao aumentar os custos da construção.
O resultado destes efeitos combinados foi o aumento dos preços das casas, “em 2020 não só não abrandaram, como a tendência de subida de anos anteriores acelerou".
Já sobre o crédito malparado, a Autoridade admite que caiu este ano, mas “está numa tendência de subida", face à exposição a sectores mais afetados pela covid 19.