O primeiro-ministro vai assinalar com um conjunto de iniciativas os 20 anos da atribuição do Prémio Nobel da Literatura a José Saramago, que se completam dia 8 de outubro, disse à agência Lusa fonte oficial do Governo.
Acompanhado pela filha, pela neta do escritor e por Pilar del Rio, assim como por outros representantes da Fundação José Saramago, António Costa desloca-se na manhã do dia 6 de outubro a Lanzarote, nas Canárias, onde José Saramago viveu os últimos 17 anos da sua vida.
Este programa de homenagem, que foi preparado conjuntamente pelo gabinete do primeiro-ministro e pela Fundação José Saramago, inclui também, na manhã do dia 7 de outubro, uma visita a Azinhaga do Ribatejo, durante a qual o líder do executivo estará novamente acompanhado por Pilar del Rio, pela filha e pela neta do escritor, entre outras personalidades do meio cultural.
Na Azinhaga do Ribatejo, terra natal de José Saramago, no distrito de Santarém, haverá uma festa popular, com momentos de música e de leitura de poemas.
Na parte da tarde do dia 7 de outubro, o primeiro-ministro estará ainda presente numa breve sessão evocativa da vida e obra do escritor, na Casa dos Bicos, em Lisboa, sede da Fundação José Saramago.
Pilar Del Rio considera celebrações adequadas
O programa das comemorações dos 20 anos da atribuição do prémio Nobel da Literatura a José Saramago ficará fechado na segunda-feira e, para Pilar Del Rio, as celebrações serão as adequadas à efeméride.
Os 20 anos da atribuição do prémio Nobel da Literatura vão ser comemorados entre aquela data e o dia 15 de dezembro, mas “o programa final só ficará fechado na próxima segunda-feira”, disse à agência Lusa Pilar Del Rio, presidente da Fundação Saramago e companheira de muitos anos do escritor, falecido em 2010.
As celebrações vão iniciar-se com o Congresso Internacional “José Saramago: 20 Anos com o Prémio Nobel”, que decorrerá de 8 a 10 de outubro, no Convento de São Francisco, em Coimbra.
A iniciativa, organizada pelo Centro de Literatura Portuguesa da Universidade de Coimbra, em coorganização com a câmara local (com os apoios da Reitoria da Universidade de Coimbra, da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, da Fundação José Saramago e da Porto Editora), será “uma de muitas” a realizar “em Lisboa, no Porto, em Azinhaga (Golegã) e em muitos outros locais”, acrescentou.
Exposições, conferências e recitais integram as comemorações que Pilar Del Rio considera serem “as adequadas”, defendendo que “não há maior comemoração que a leitura”.
De acordo com a presidente da fundação, quer em Portugal quer em Lanzarote (Espanha), onde o Nobel viveu, “vai haver muitas leituras públicas [de obras de José Saramago] e as comemorações serão aquelas que fazem os seus leitores”.
“Temos o dever de gratidão, de comemorar e de lembrar quem nos deu tanto”, afirmou Pilar Del Rio em Óbidos, no distrito de Leiria, onde na quinta-feira os 20 anos da atribuição do Prémio Nobel da Literatura a José Saramago foram assinalados na primeira conversa do Folio – Festival Literário Internacional de Óbidos.
À conversa com Anabela Mota Ribeiro e Ricardo Viel (autores de obras sobre Saramago), Pilar Del Rio recordou o momento em que teve conhecimento da atribuição do prémio e “a loucura” em que se transformou o ano de 1998.
Pela conversa passaram, precisamente, as duas obras que serão lançadas no Congresso Internacional de Coimbra: “Último Caderno de Lanzarote” (Porto Editora), um diário inédito do autor, descoberto casualmente por Pilar del Rio já depois da morte do autor, e “Um país levantado em alegria”, de Ricardo Viel, que relata os bastidores da atribuição do prémio Nobel.
Além destes dois livros, está ainda previsto o lançamento de “Por Saramago”, de Anabela Mota Ribeiro, numa edição da Temas e Debates, mas cuja apresentação não tem ainda data definida.
O primeiro dia do Folio ficou também marcado pela homenagem a Eduardo Lourenço, com a exibição do documentário “Labirinto da Saudade”, com a presença do realizador Miguel Gonçalves Mendes.