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Um mês depois da tragédia de Pedrógão Grande apenas cinco das 500 casas que arderam estão em reconstrução. O número é avançado à Renascença pelo presidente da Câmara.
“Para aquilo que se tem que fazer ainda foi pouco, mas o tempo também não dá para mais, temos que ter essa noção. Os donos da obra, os proprietários, já estão a reconstruir cinco casas e creio que começou hoje mais uma obra, na localidade de Figueira”, reconhece Valdemar Alves.
Apesar de compreender as dificuldades, o autarca admite que seria positivo os trabalhos estarem mais avançados e apela aos empreiteiros para darem início tão depressa quanto possível aos trabalhos de limpeza, garantindo que o dinheiro para pagar os serviços não será problema.
“Para as grandes obras, acima dos cinco mil euros, os proprietários só têm que começar a pedir três orçamentos, mandar executar o mais barato e apresentar ao fundo a factura para ser pago ao dono da obra ou ao empreiteiro”, explica.
Questionado sobre se os tempos de pagamento serão demorados, Valdemar Alves diz que não. “O dinheiro está na conta bancária, é só passar o cheque”, remata.
Também a União das Misericórdias espera, ainda esta segunda-feira, fazer a adjudicação das primeiras obras de reabilitação de habitações danificadas pelas chamas. São trabalhos nos quais será aplicada parte dos donativos recolhidos pela instituição.
Em declarações à Renascença o presidente Manuel Lemos explica que os trabalhos vão ser coordenadas em conjunto com as autarquias e com o Fundo REVITA, criado pelo Governo.
O REVITA foi criado para gerir os donativos dos portugueses, em articulação com os municípios de Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos e Pedrógão Grande. Toda a informação sobre o fundo de apoio à revitalização das áreas afectadas pelos incêndios do mês de Junho na região Centro do país está disponível no site.
Os incêndios de Junho que se iniciaram em Pedrógão Grande provocaram 64 mortos e mais de 200 feridos e consumiram mais de 53 mil hectares em três concelhos.
Os fogos da região Centro afectaram aproximadamente 500 habitações, quase 50 empresas e os empregos de 372 pessoas.
Os prejuízos directos dos incêndios ascendem a 193,3 milhões de euros, estimando-se em 303,5 milhões o investimento em medidas de prevenção e relançamento da economia.