Câmara de Coimbra pede evacuação de nove localidades, ativado Plano de Emergência no distrito
21-12-2019 - 16:08
 • Lusa

Mau tempo está a preocupar os vários municípios do distrito de Coimbra. 250 pessoas retiradas de casa devido à subida das águas do rio Mondego em três povoações do concelho de Montemor-o-Velho. Militares apoiam Proteção Civil em Coimbra e Constância.

O Plano Distrital de Emergência e Proteção Civil do distrito de Coimbra foi este sábado ativado na sequência do mau tempo, anunciou a Comunidade Intermunicipal presidida por José Carlos Alexandrino.

"Atendendo às situações meteorológica e hidrológica complexa e ao elevado número de ocorrências relacionadas, bem como atenta aos princípios de prevenção e precaução" no distrito de Coimbra, a Comissão Distrital de Proteção Civil de Coimbra, na qualidade de órgão de coordenação em matéria de proteção civil distrital, "decidiu proceder à ativação do Plano Distrital de Emergência e Proteção Civil de Coimbra", refere uma informação daquela estrutura.

No distrito, estão ativados, pelo menos, os planos municipais de emergência e proteção civil de Coimbra, Lousã, Montemor-o-Velho, Oliveira do Hospital, Figueira da Foz e Soure.

Mais de 250 pessoas foram hoje retiradas de casa devido à subida das águas do rio Mondego em três povoações do concelho de Montemor-o-Velho, distrito de Coimbra, segundo fontes da autarquia e Proteção Civil municipal. De acordo com as mesmas fontes, devido à subida das águas, até às 14h00 foram retiradas de casa cerca de 200 pessoas das localidades de Formoselha e Santo Varão e outras 55 da povoação de Pereira, localizadas na margem esquerda do Mondego, junto ao rio.

Câmara de Coimbra pede evacuação das localidades entre Bencanta e Ameal

A Câmara de Coimbra solicitou hoje às populações localizadas entre Bencanta e Ameal, na margem esquerda junto ao rio Mondego, uma linha reta de oito quilómetros, que preparem evacuação, na sequência do mau tempo que tem atingido Portugal.

“Informa-se que a Proteção Civil Municipal está a solicitar à população das povoações de Bencanta; Espadaneira; Pé de Cão; Casais do Campo; Carregais; Taveiro; Ribeira de Frades; Vila Pouca do Campo; e Ameal (indicativamente entre a Linha Ferroviária do Norte e o Rio Mondego) a acondicionar algum material, acautelar os seus bens e a preparar a evacuação”, refere uma nota de imprensa .

A decisão, de acordo com o município, “deve-se à informação transmitida pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA) à Proteção Civil Municipal de que o caudal do Rio Mondego, que atualmente está com 2125 m3/s no Açude-Ponte, irá intensificar nas próximas horas, existindo gravidade extrema de cheias e inundações nesta área geográfica”. “No local, estão equipas de bombeiros sapadores e voluntários, polícia municipal, Guarda Nacional Republicana, Polícia de Segurança Pública e Cruz Vermelha Portuguesa, entre outros funcionários municipais, para fazer face às ocorrências que se possam registar, para acompanhar e aconselhar a população e garantir a sua segurança”.

A Câmara recomenda que a população esteja em “estado de permanente alerta, colabore e a respeite todas as indicações e a sinalização das autoridades”.

Em caso de necessidade, as pessoas podem dirigir-se para os seguintes locais de segurança: Pavilhão EB 2.3 de Taveiro, Rua Barqueira, Taveiro; Pavilhão Gimnodesportivo d’O Vigor da Mocidade; Pavilhão E.B. 2.3 Inês de Castro, junto ao Instituto do Sangue.

Militares apoiam Proteção Civil em Coimbra e Constância

Duas equipas de militares, do Exército e da Marinha, estão no terreno nas zonas de Coimbra e Constância para “dar apoio direto” à Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), segundo um comunicado oficial hoje divulgado.

O Estado-Maior General das Forças Armadas adianta, no comunicado, que uma equipa de 14 fuzileiros da Marinha foi acionada hoje, após a subida do nível da água no rio Mondego.

Na operação, “os militares serão apoiados por dois botes, `drones´ (veículos autónomos aéreos) e quatro viaturas” e terão “a missão de reconhecimento, mapeamento e avaliação das zonas afetadas junto a Coimbra”, refere. “Também em resposta a um pedido da ANEPC, uma equipa de nove militares e duas viaturas do Regimento de Engenharia do Exército foi empenhada entre o dia de ontem [sexta-feira] e as 13h00 de hoje, para reconhecimento e apoio na estabilização de duas dragas ancoradas no rio Tejo, a montante da ponte de Constância”, acrescenta.

Com o apoio dos bombeiros e de elementos da autarquia de Constância, os militares “realizaram o reforço da amarração e a remoção dos detritos acumulados”, detalha o comunicado.

O mau tempo provocado pela depressão Elsa, entre quarta e sexta-feira, a que se juntou hoje o impacto da depressão Fabien, provocou também condicionamentos na circulação rodoviária e ferroviária, bem como danos na rede elétrica, afetando a distribuição de energia a milhares de pessoas, em especial na região Centro.

No balanço realizado às 13h00 de hoje, a Proteção Civil indicou que a situação no rio Mondego é a mais preocupante, estando a decorrer evacuações para prevenir os efeitos de eventuais cedências de diques.

O IPMA já havia alertado para os efeitos da depressão Fabien, em especial no Norte e no Centro, estando previstos intensos períodos de chuva e vento forte de sudoeste, com rajadas que podem atingir 90 km/hora no litoral norte e centro e 140 km/hora nas terras altas. Prevê-se que estes efeitos vão diminuindo e que se registe uma melhoria gradual do estado do tempo a partir de domingo.

Os distritos do Porto, Viana do Castelo, Aveiro, Coimbra e Braga vão estar entre as 21h00 de hoje e as 12h00 de domingo em aviso vermelho, devido à agitação marítima, a que se soma Vila Real, por causa de fortes rajadas de vento, que podem atingir 140 quilómetros/hora.