O aumento da instabilidade na região, depois do assassinato por forças americanas do general Qassem Soleimani, no Iraque, levou a NATO a suspender as suas operações naquele país.
Forças da NATO estão envolvidas no treino de elementos das forças armadas e de segurança daquele país árabe, mas todos esses trabalhos serão suspensos até indicação em contrário, por ordem da chefia.
“A segurança do nosso pessoal no Iraque é o mais importante”, disse o porta-voz da NATO Dylan White, numa declaração citada pela Reuters. “Continuaremos a tomar todas as precauções necessárias. A missão continua, mas as atividades de formação estão temporariamente suspensas.”
A decisão da NATO foi tomada no dia em que dezenas de milhares de pessoas saíram à rua para acompanhar a procissão fúnebre de Qassem Soleimani. O corpo daquele que era um dos homens mais influentes do regime iraniano, responsável por coordenar as várias milícias que operam às ordens de Teerão em diferentes países, incluindo o Iraque, Líbano, Iémen, Síria e Palestina, seguirá ainda para o Irão onde passará pela cidade sagrada de Mashhad e por Teerão, antes de ser sepultado na sua terra natal de Kerman.
Algumas das principais figuras do Estado iraquiano, que desde a invasão americana passou a ser dominado por xiitas próximos do Irão, marcaram presença no cortejo. O espírito dos participantes foi descrito pelo popular Muhandi Mohammed, “queremos dizer aos americanos que a nossa resposta vai ser grande e vai fazer tremer o chão debaixo dos seus pés. Acabaram de dar um tiro no pé. Tentaram enfraquecer as forças de resistência, mas a resistência sairá vitoriosa.”
Em todo o Médio Oriente, mas sobretudo no Irão, as principais figuras xiitas têm vociferado contra os Estados Unidos, prometendo vingança.
No Irão, enquanto se aguarda a chegada do corpo do general, multidões reuniram-se nas ruas das principais cidades e vilas para gritar “Eu sou Soleimani” enquanto o supremo líder Ayatollah Khamenei prometeu que a retaliação será dura.
Um dos líderes da Guarda Republicana, de que Soleimani era líder, disse à agência iraniana Tasnim que já foram identificadas dezenas de alvos americanos na região, que estão ao alcance do Irão, tal como está a cidade israelita de Tel Aviv.