Comitiva portuguesa constata que obras ainda não arrancaram em Almaraz
27-02-2017 - 20:19

Os técnicos recolheram informação sobre o Estudo de Impacto Ambiental e o projecto do armazém de resíduos radioactivos, adianta o Governo, que destaca a “activa presença da Comissão Europeia neste encontro”.

A visita de uma comitiva portuguesa à central nuclear de Almaraz decorreu em “espírito de abertura” e foi constatado que as obras ainda não arrancaram, indica o Ministério do Ambiente.

O gabinete do ministro João Pedro Matos Fernandes explica, em comunicado, que “os especialistas nacionais tiveram oportunidade de confirmar que ainda não se iniciaram os trabalhos de construção do armazém de resíduos radioactivos, tendo sido apenas registado que houve abate de árvores naquela zona”.

Os técnicos portugueses recolheram informação sobre o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e o projecto do armazém de resíduos radioactivos, adianta o Governo, que destaca a “activa presença da Comissão Europeia neste encontro”.

De acordo com o Ministério do Ambiente, a informação recolhida durante a visita desta segunda-feira a Almaraz, situada a cerca de 100 quilómetros da fronteira portuguesa, “será agora analisada pelos peritos nacionais e será solicitada informação adicional”.

“Na semana de 13 de Março deverão estar reunidas as condições para se produzir uma primeira apreciação por parte da delegação portuguesa”, sublinha o gabinete do ministro João Pedro Matos Fernandes.

O Governo espanhol considera que a visita à central nuclear de Almaraz foi "um primeiro passo de comunicação e coordenação" com as autoridades portuguesas, para conhecer, "em primeira mão", o estado das obras do armazém de resíduos nucleares.

Para o Movimento Ibérico Antinuclear (MIA), a visita, "na ausência de imprensa e de observadores independentes", converteu-se numa simples cortesia, "que evitará uma inspeção da central em profundidade".

O MIA adianta que pediu para estar presente e para a presença da imprensa, mas que a proposta "foi vetada".

A visita a Almaraz aconteceu depois de Portugal ter decidido retirar a queixa contra Espanha, por causa da construção do armazém de resíduos radioactivos.