Veio do distrito vizinho (Santarém) e entrou em Vila de Rei (distrito de Castelo Branco) “completamente descontrolado”. É assim que o presidente da Câmara descreve a chegada do fogo que tinha começado em Ferreira do Zêzere.
“Estávamos a prevenir, mas não conseguimos. Ainda estamos a tentar controlar o fogo”, afirma Ricardo Aires à Renascença, nesta segunda-feira de manhã.
Foi durante a tarde de domingo que as chamas invadiram o concelho de Vila de Rei, “a uma velocidade de propagação acima do normal”, como descreveu a adjunta de operações da Autoridade Nacional de Protecção Civil. É “um fogo violento”, disse também Patrícia Gaspar.
Prova disso é o número de pessoas que tiveram de ser deslocadas preventivamente das suas casas (120) e a quantidade de área que já ardeu: um terço do concelho. “Numa tarde”.
As chamas também não pouparam uma casa de primeira habitação, “que ficou completamente ardida”, além de “muitas casas devolutas e muitos barracões de casas com meios agrícolas”, refere o autarca, adiantando que não tem “notícia de nenhum ferido”.
Com menos calor durante a manhã e oito meios aéreos já em acção, Ricardo Aires espera “que se consiga acabar com o fogo” ainda hoje e “o mais rapidamente possível”.
Portugal é o país da União Europeia com mais área ardida neste ano: 139.586 hectares. Quase um terço do total da área ardida nos 28 países da União Europeia: mais de 380 mil hectares, segundo dados do Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais, que compara a área ardida até dia 5 de Agosto (2017) com a média dos últimos oito anos (2008-2016).
Só neste ano, já ardeu em Portugal uma área seis vezes superior à média registada nos oito anos anteriores.