Grande parte dos europeus desconfia da comunicação social e considera a desinformação uma ameaça à democracia, como esclarece o último Eurobarómetro divulgado pela Comissão Europeia.
O estudo sobre a opinião pública da União Europeia concentrou-se na forma como tem sido gerida a pandemia.
O fenómeno da desinformação tem vindo a ser abordado ao longo dos últimos relatórios anuais do Eurobarómetro e tem um grande impacto mediático, político e social.
De acordo com os dados apresentados, cerca de 70% dos europeus encontra frequentemente notícias que distorcem a realidade ou que consideram falsas, mas 65% admitem que é fácil detetar este tipo de conteúdo.
Para 76% dos cidadãos inquiridos, o conteúdo falso representa uma ameaça aos respetivos países e 82% consideram um problema para a democracia.
Nos últimos meses, o número de notícias falsas em relação à pandemia e às vacinas têm aumentado pelo que, 58% dos europeus acreditam que a fonte mais credível é a rádio, seguida da televisão e da imprensa (ambas 51%), da Internet (35%) e das redes sociais (19%).
No que diz respeito a instituições, cerca de 80% dos cidadãos europeus confiam nos hospitais e nos respetivos profissionais de saúde, seguido das autoridades públicas (55%) e do sistema judicial dos países correspondentes (52%).
A uma maior distância e a gerarem maior desconfiança, ficam os governos (36%) e os partidos políticos (21%).
A confiança na UE aumentou em 23 Estados-membros da UE relativamente ao eurobarómetro do verão de 2020.
Portugal destacou-se por ser o país que mais confia na União Europeia (78% contra 49% dos restantes países), mais 22 pontos percentuais do que o último barómetro de 2020 e por serem os mais pessimistas quanto ao ritmo da retoma do país, com 82% dos inquiridos a considerarem a retoma da economia portuguesa possível só em 2023 ou mais tarde.
As principais preocupações dos portugueses são a situação económica do país (50%), sobrepondo-se à saúde.