Ventura pede investigação ao caso do tratamento das gémeas luso-brasileiras no Santa Maria
05-11-2023 - 18:28
 • Renascença

Líder do Chega sugere que para haver uma cunha de Marcelo terá de ter havido ação e alguém do Governo.

O líder do Chega, André Ventura, pede uma investigação ao caso do tratamento milionário das meninas luso-brasileiras no hospital Santa Maria, no qual há suspeitas do envolvimento do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, através de uma cunha.

"Tem que haver uma investigação porque os crimes são públicos e penso que é o que irá acontecer e é o que tem que acontecer", começou por afirmar Ventura.

Mas o líder do Chega quis ligar uma eventual ação do Presidente da República ao executivo de António Costa.

"Marcelo Rebelo de Sousa nunca poderia, por si só, levar a cabo um conjunto de influências que culminassem na decisão médico ou hospitalar. Teria que ter tido interferência de alguém no Governo", argumentou.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, entretanto negou ter tido influência no tratamento médicos de duas bebés luso-brasileiras com atrofia muscular espinhal, no Hospital de Santa Maria, em Lisboa.

A informação tinha sido avançada na sexta-feira, no Jornal da Noite da TVI, no programa Exclusivo, na qual a mãe das duas crianças admitia que Marcelo tinha feito uma "cunha" para que ambas pudessem ter tratamentos em Portugal e acesso a um medicamento de quatro milhões de euros.

Em declarações aos jornalistas, no sábado, à margem do V Encontro de Cuidadores Informais, que decorre em Setúbal, Marcelo Rebelo de Sousa diz não ter falado sobre a "cunha" nem "ao primeiro-ministro, nem ao conselho de administração" do Hospital Santa Maria.

"O que está ali em causa é o seguinte: o Presidente da República interferiu ou não interferiu?", questiona.

"Eu ontem disse que não tinha feito isso. Se tivesse feito, eu tinha dito: 'fiz isso'. Não, não fiz. Não falei ao primeiro-ministro, não falei à ministra, não falei ao secretário de Estado, não falei ao diretor-geral, não falei ao presidente do hospital, nem ao conselho de administração, não falei", admitiu.

"O Presidente da República não pode estar sujeito a uma suspeição de que interfere em decisões da cadeia administrativa, ordenando, recomendando, pedindo, metendo uma cunha para ninguém".